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Lula se irritou com discurso de independência de Lira

As declarações do presidente da Câmara na reabertura do Congresso, segunda-feira (5), irritaram muito Lula (PT), que reagiu aos palavrões, por significarem a reafirmação da liderança do deputado Arthur Lira (PP-AL), que ele esperava colocar de joelhos. O presidente não gostou de ouvir advertências do tipo “não subestimem esta Mesa Diretora” e avisos sobre a necessidade de preservação de decisões do Legislativo: “parlamentares não são carimbadores de decisões” do governo, disse.

Sem papo furado

A crise se confirmou com o cancelamento da reunião de líderes, quase todos leais a Arthur Lira, com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Governo afrontou

Lira e seus líderes acham que a MP da reoneração afronta o Congresso tanto quanto o veto às emendas, e não aceitam a pressão de Haddad.

O nome da crise

Lula é o nome da crise: após autorizar Alexandre Padilha a prometer que não mexeria nas emendas, mudou de ideia e as vetou para “lacrar”.

Dá impeachment

Deputados têm defendido que Lula cometeu crise de responsabilidade, ao usar medida provisória para anular decisão soberana do Congresso.

Reduto de “Rachadones” é nº1 em emendas pix

Das 856 prefeituras mineiras, número que torna o Estado o campeão nacional em número de municípios, a prefeitura de Ituiutaba é o principal destino das chamadas emendas pix: R$25,4 milhões. A ferramenta, que em nada preza pela transparência, é usada por parlamentares para destinar dinheiro para redutos eleitorais. Ituiutaba, com 102 mil habitantes, supera a capital mineira Belo Horizonte, que apesar de bem mais populosa, 2,3 milhões de pessoas, recebeu apenas R$7,8 milhões.

Costas quentes

A prefeita de Ituiutaba, Leandra Guedes, é ex-assessora e ex-namorada de André Janones (Avante), o “Rachadores”, maior origem dos recursos.

Disparidade

Três deputados mandaram emenda pix para Ituiutaba, Janones, R$25 milhões; Alê Silva (Rep), R$ 150 mil; e Rogério Correia (PT), R$200 mil.

Só subindo

Dede 2021, as emendas foram turbinadas. De R$7 milhões (2021), passou para R$7,3 milhões e chegou a R$11,2 milhões (2023).

Unificando eleições

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, anunciou que a PEC que unifica as eleições (majoritárias e municipais) vai ser uma das prioridades da Casa, em 2024: “o Brasil sai de um estado de permanência eleitoral”. Os mandatos municipais devem ser prorrogados por dois anos.

Boulos, o negacionista

Voltou a circular post de setembro de 2018 em que o político de extrema-esquerda Guilherme Boulos se revela negacionista. Ele atacou o governo de Temer por pretende imunizar crianças com vacinação obrigatória.

Irajá, Bruxelas

Ex-chanceler de Michel Temer, Aloysio Nunes enfrenta a humilhação de ser nomeado por Lula como chefe de uma divisão da Apex, subalterno de Jorge Viana. Acabou no Irajá, mas em Bruxelas. Ninguém é de ferro.

Três linhas

Lula demorou a se manifestar sobre a morte do ex-presidente chileno Sebastián Piñera, em acidente em região central do país. A mensagem do presidente brasileiro não passou de três linhas.

Vítimas mais seguras

O deputado Rodolfo Nogueira classificou como “vitória da população” a aprovação, na Comissão de Segurança do Senado, do projeto relatado por Flávio Bolsonaro que acaba com a farra das saidinhas dos presídios.

Nem na base

Para Domingos Sávio (PL-MG), Lula fez “prevalecer o autoritarismo” ao insistir na reoneração da folha. E disse que até deputados do PT, como Zé Neto (BA), entendem afronta o Congresso “não é o caminho”.

Roubar pega mal

Um dos fatores que aumentam a percepção de corrupção no Brasil, em pesquisa da Transparência Internacional que tanto irritou ministros do STF, é a posse de um ex-presidiário na presidência da República, após cumprir pena de cadeia por corrupção e lavagem de dinheiro. Claríssimo.

Pane suspeita

Há suspeita de fake News na “pane” do Airbus 319 presidencial, uma das aeronaves mais novas da FAB. Isso favorece a intenção da compra de Airbus 330 novo, de R$700 milhões, para Lula bater asas mundo afora.

Pensando bem…

…o pagador de impostos agradece, aliviado, quando se cancela reunião de ministro da Fazenda com deputados.

PODER SEM PUDOR

O poder engorda?

Ministro do Trabalho e da Previdência no governo João Goulart, Almino Afonso estava no cargo havia apenas dois meses, mas tinha engordado. Ao encontrá-lo na Câmara, o deputado José Maria Alkmin não perdoou: “Almino, pelo jeito, o poder engorda mesmo. É só dar uma olhada em você.” Almino se irritou: “A tese é pelo menos discutível”. Alkmin: “Por quê?” O ministro sapecou: “Você sempre esteve no poder ou perto dele e, mesmo assim, continua magro como um palito…”

(Com Rodrigo Vilela e Tiago Vasconcelos)

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