Sábado, 19 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 17 de abril de 2025
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou os diretores-gerais da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Luiz Fernando Corrêa, e da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, para esclarecer o episódio da espionagem contra o Paraguai. A realização do encontro foi revelada pelo jornal Folha de S.Paulo e confirmada pelo jornal O Globo.
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, que tem a Abin sob o seu guarda-chuva, também participou da reunião realizada no Palácio do Palácio do Planalto. Corrêa e Rodrigues são considerados adversários dentro do governo.
A convocação de Lula ocorreu após ser revelado o teor do depoimento de um agente da Abin à PF em que ele afirma ter sido utilizado um e-mail espião para invadir o computador de autoridades paraguaias, incluindo da Presidência e do Congresso do país. O depoimento fez parte da investigação sobre uso indevido do aparato de inteligência federal.
No depoimento, o servidor da Abin afirmou que usou uma ferramenta para desenvolver um aplicativo capaz de invadir os computadores do governo paraguaio. O objetivo do órgão era obter informações sobre a negociação envolvendo a venda da energia pela usina de Itaipu, que é dividida entre Brasil e Paraguai.
Depoimento à PF
Corrêa prestou depoimento na tarde dessa quinta-feira (17) à PF para esclarecer o episódio e uma suspeita de que tentou obstruir as investigações sobre a suposta existência de uma estrutura paralela na Abin na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Conforma informações do jornal O Globo, um servidor da agência afirmou em depoimento que o chefe da agência defendeu uma “intervenção” na corregedoria durante a investigação. Segundo o agente, a reclamação de Corrêa ocorreu durante uma busca e apreensão na sede da Abin em janeiro do ano passado, enquanto ele e um integrante da corregedoria estavam “ajudando” a polícia.
“Na reunião, Luiz Fernando (Corrêa) falou em tom de desgosto; que Luiz Fernando falou num tom agressivo; que Luiz Fernando falou que deveria fazer uma intervenção na corregedoria; que naquele momento a corregedoria estava colaborando com a diligência de busca e apreensão; que o depoente e (outro servidor) da corregedoria estavam ajudando a Polícia Federal”, disse o servidor em depoimento à PF.
Em janeiro do ano passado, a colunista Bela Megale publicou que integrantes da atual gestão da Abin dificultaram o acesso da Polícia Federal a dados considerados essenciais para o avanço das investigações que envolvem o órgão. Segundo o texto, durante a realização das buscas na sede da Abin no dia 25 de janeiro, integrantes da equipe do diretor Luiz Fernando Corrêa dificultaram que a PF tivesse acesso ao Centro de Inteligência Nacional. (Com informações do jornal O Globo)