O senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no sábado, no Palácio da Alvorada, e avisou ao presidente que pretende continuar no Senado, descartando a possibilidade de virar ministro do governo. Com o nome cotado para assumir uma pasta na gestão petista, o senador afirmou que sua ajuda se dará integrando a base aliada do Congresso.
Na conversa com Lula, no entanto, Pacheco deixou em aberto a possibilidade de concorrer ao governo de Minas Gerais em 2026 — o parlamentar é o nome favorito de Lula para disputar o Palácio da Liberdade. Caso assumisse uma pasta, o senador teria que se descompatibilizar até abril do ano que vem, seis meses antes das eleições.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), também esteva no almoço. De acordo com aliados, Pacheco optou por começar o encontro já deixando claro sua preferência por seguir no Senado antes mesmo de Lula tocar no assunto, para evitar o constrangimento de negar um convite do presidente.
Durante o encontro com o presidente, Pacheco citou ainda a intenção o desejo de trabalhar pela Reforma do Código Civil, projeto que protocolou quando comandava o Senado. Também se comprometeu a trabalhar pela pauta prioritária do governo no Congresso em 2025, como o projeto que prevê a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.
Desde que Pacheco deixou o comando do Senado, articuladores políticos de Lula estavam encarregados de costurar a entrada de Pacheco no governo. Líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), chegou a avisar ao senador que gostaria de conversar com ele sobre espaços na Esplanada dos Ministérios.
Uma das possibilidade cogitadas era abrigar Pacheco no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), ocupada hoje pelo vice-presidente, Geraldo Alckmin. O movimento, porém, poderia causar constrangimento ao vice, que deixaria uma pasta para a qual tem se dedicado e ficaria sem uma função clara no governo.
Além disso, a troca significaria retirar mais um ministério do PSB, partido do vice, que já havia perdido Portos e Aeroportos na reforma ministerial anterior, quando o Republicanos assumiu a pasta.
O PSD, partido de Pacheco, tem atualmente três pastas no governo Lula: Minas e Energia, chefiada por Alexandre Silveira, Agricultura, liderada por Carlos Fávaro, e Pesca, a cargo de André de Paula. As informações são do portal O Globo.