O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu-se nessa segunda feira (22) com o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair. De acordo com a Presidência da República, a conversa, que ocorreu no Palácio do Planalto, teve duração de 45 minutos.
Esta foi a segunda vez do ex-primeiro-ministro no Brasil neste terceiro mandato de Lula. A última foi em setembro. Blair foi premiê de 1997 a 2007, sendo contemporâneo de Lula como chefe de governo por cinco anos.
No encontro dessa segunda, os dois conversaram sobre a proposta de reunir líderes de governos democráticos contra extremismo, em evento paralelo à Assembleia Geral das Nações Unidas, a ser realizada em setembro.
Outro tema foi o G20 e ações defendidas pelo Brasil contra fome e taxação de super-ricos.
Conforme a Presidência da República, o presidente Lula citou números da economia brasileira, como geração de mais de 2,5 milhões de postos de trabalho formais em 17 meses, crescimento de 11,7% da renda e previsão de R$ 120 bilhões de investimentos da indústria automobilística no país nos próximos anos.
Os líderes abordaram ainda o retorno do Partido Trabalhista ao poder no Reino Unido com a vitória de Keir Starmer para primeiro-ministro nas eleições realizadas neste mês, encerrando 14 anos de governos dos conservadores.
“Conversamos sobre a vitória do Partido Trabalhista após 14 anos de conservadores no poder e da necessidade da reunião de governos democráticos contra o extremismo, a ser organizada à margem da Assembleia Geral da ONU em setembro”, revelou Lula, em uma publicação nas redes sociais.
Na saída do Planalto, Blair disse apenas que a reunião com o presidente foi “fantástica”.
Menção ao Brasil
A vitória de Starmer no Reino Unido encerrou um ciclo de 14 anos dos conservadores no poder. O Brasil foi uma das poucas nações citadas no plano de governo do Partido Trabalhista britânico, o vencedor das eleições legislativas do Reino Unido realizadas no início do mês.
No documento, o país é descrito como um país “na vanguarda da crise climática” e como possível aliado estratégico na aliança pela energia limpa que os britânicos querem formar.
Ex-ministro das Relações Exteriores Antônio Patriota, embaixador do Brasil em Londres, relatou que foi avisado da referência no documento por um integrante do alto escalão da legenda do novo premiê Keir Starmer, como uma sinalização da vontade do governo britânico de estreitar relações com Brasília.