Depois do encontro da última quarta-feira (16) com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, Lula dá continuidade às negociações finais para a reforma ministerial.
O presidente se reuniu com os deputados Hugo Motta, líder do Republicanos, e com Silvio Costa Filho, que deverá ser anunciado nesta sexta (18) como novo ministro dos Portos e Aeroportos.
Além desse ministério, o Republicanos vai levar a presidência da Funasa.
A ida de Costa Filho para Portos e Aeroportos pode facilitar a entrada do Republicanos no governo. A legenda tenta se equilibrar entre o interesse de passar a comandar uma pasta no governo e a ameaça de desfiliação feita pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que foi ministro de Infraestrutura de Jair Bolsonaro.
Por outro lado, pode causar mal-estar com o PSB.
Lula deve conversar com o vice-presidente, Geraldo Alckmim (PSB), antes de mexer com qualquer ministério do partido, o que ainda não ocorreu por “desencontro de agendas”. De qualquer forma, a tendência é que Márcio França seja realocado em outro ministério, caso o movimento se concretize, em uma dança das cadeiras na Esplanada para acomodar Republicanos e PP.
Alckmin, no entanto, deve ser preservado no Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).
Outro que deve ser mantido no cargo é Wellington Dias (PT), ministro do Desenvolvimento Social. Ele esteve com Lula no Palácio do Planalto na manhã dessa quinta (17), quando discutiram o plano “Brasil Sem Fome”.
Entretanto, fontes no Palácio e no Congresso ainda cogitam a possibilidade de que a pasta seja dividida, mantendo o Bolsa Família nas mãos do PT.
Lula, além disso, deve recriar o Ministério de Pequenas e Médias Empresas. A pasta está na mesa para a acomodação de aliados. Mas, a depender da configuração final das mudanças, ela pode ficar até mesmo com o PT, abrindo vaga em outros lugares.
Interlocutores, no entanto, afirmam que Lula ainda não bateu o martelo sobre nenhuma mudança. A indefinição do presidente tem deixado apreensivos auxiliares próximos e irritado uma parte do Congresso.
Já ao PP será entregue o Ministério do Desenvolvimento Social ao deputado André Fufuca. O MDS sob Fufuca deve perder a gestão do Bolsa Família, que pode vir a ser tocado por Ester Dweck.
E a Caixa Federal também será entregue ao PP, da presidência às vice-presidências – pacote completo. O banco, entre alguns integrantes do Progressistas, é tratado como o equivalente a três ministérios.