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Por Redação O Sul | 26 de setembro de 2023
Em agosto, o petista disse que o presidente do BC não entendia de Brasil.
Foto: Billy Boss/Câmara dos DeputadosA reunião marcada para esta quarta-feira (27) entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, será a primeira desde que o petista assumiu o governo, em janeiro. Eles haviam conversado durante a transição.
O encontro entre Lula e Campos Neto, que contará também com a presença do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é importante porque o presidente da República e seus aliados têm feito críticas o chefe da autoridade monetária. O governo criticava o patamar da taxa de juros, que agora começa a ser reduzido pelo Banco Central.
A relação entre os dois, porém, nem sempre foi tensa. Em setembro do ano passado, durante uma entrevista ainda como candidato à Presidência da República, Lula elogiou Campos Neto, a quem chamou de “economista competente”.
As críticas começaram no início deste ano, quando a taxa básica de juros estava em 13,75% ao ano – atualmente, a Selic está em 12,75%, em trajetória de queda.
Janeiro
O presidente chamou a autonomia do BC de bobagem. “Neste País, se brigou muito para ter um Banco Central independente, achando que ia melhorar o quê? Eu posso dizer com a minha experiência: é uma bobagem. Achar que o presidente do Banco Central vai fazer mais do que quando o presidente era que indicava”, disse.
Fevereiro
O petista afirmou que “não deveria ser normal” o presidente da República discutir com o chefe do BC, mas cobrou Campos Neto. “Eu não discuto com o presidente do Banco Central. Eu fiz duas críticas à imprensa. Ele deve explicações não a mim. Ele deve explicações ao Congresso Nacional, a quem o indicou”, disse.
Março
O presidente se referiu a Campos Neto como um “cidadão, que não foi eleito para nada” e que “acha que tem o poder de decidir as coisas” e ajudar o País. “Não, você não tem que pensar como ajudar o Brasil, tem que pensar como reduzir a taxa de juros”, comentou. “Ele tem que estar preocupado com inflação, emprego e crescimento da economia. Este País não pode ser refém de um único homem”, pontuou o presidente.
Junho
Lula afirmou que o nível da Selic era “irracional” e que a direção do Banco Central jogava contra os interesses do País. “É irracional o que está acontecendo no Brasil, uma taxa de 13,75% e inflação de 5%”, afirmou, sem citar Roberto Campos Neto, presidente do BC.
Agosto
O petista disse que o presidente do BC não entendia de Brasil. “Acontece que esse rapaz que está no Banco Central, me parece que ele, não sei do que ele entende, mas ele não entende de Brasil, e não entende de povo”, afirmou. Lula afirmou ainda que Campos Neto não estava servindo “aos interesses do Brasil”.
Setembro
No começo do mês, Lula voltou a mencionar Campos Neto, ainda que sem citar seu nome. “Esse cidadão, se ele conversa com alguém, não é comigo. Ele deve conversar com quem o indicou. E quem o indicou (Jair Bolsonaro) não fez coisas boas neste País.” Na ocasião, Lula afirmou ainda que Campos Neto “precisa saber que é presidente do Banco Central do Brasil, e não do Banco Central de um país que não seja o Brasil”.