O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem evitado se comprometer com a escolha de uma mulher para a próxima vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). O petista passou a sondar opções femininas do meio jurídico.
Lula pediu a aliados e integrantes do seu governo que levantem informações sobre algumas sugestões que chegaram a ele para substituir a presidente da corte, a gaúcha Rosa Weber, que se aposenta em outubro deste ano.
A quem insiste junto ao presidente que é importante indicar uma mulher e não reduzir o já pequeno número de ministras do Supremo, Lula dá a seguinte resposta: “peça que aqueles que possuem esse pleito lhe apresentem nomes que atendam aos requisitos para preencher a vaga”.
Entre as características que o petista busca, destacam-se lealdade e coragem para suportar pressões da opinião pública diante de medidas pouco populares.
Conforme a colunista Bela Megale, de O Globo, até o momento, quatro nomes estão na mesa do presidente: o da desembargadora do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) Simone Schreiber, o da ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Regina Helena Costa e das advogadas Dora Cavalcanti e Flávia Rahal.
Conta a favor de Simone e Regina Helena o fato de ambas terem carreira na magistratura. Lula acabou de indicar Cristiano Zanin, que é advogado, para a vaga aberta no Supremo em abril.
Simone Schreiber tem uma atuação reconhecidamente garantista no meio jurídico, ou seja, com alinhamento a magistrados que tendem a analisar os processos pela perspectiva dos direitos individuais do acusado. Já Regina Helena Costa angaria simpatia de nomes do Supremo, como as ministras Cármen Lúcia e Rosa Weber.
Entre as advogados, a mais próxima de Lula é Dora Cavalcanti. Ela foi sócia de Márcio Thomaz Bastos, ex-ministro da Justiça do petista e conselheiro para assuntos jurídicos. Era Dora quem fazia parte dos atendimentos junto a Lula em casos conduzidos pelo ex-ministro. Cavalcanti também foi a ponte com o PT sobre estratégias relacionadas à Lava-Jato após a morte do ex-ministro.
Já Flávia Rahal trabalhou com Arnaldo Malheiros Filho, advogado próximo do PT e que defendeu nomes como Delúbio Soares. Ela tem bom trânsito com políticos de outros partidos, como o PSDB, e atuou como conselheira, diretora e presidente do Instituto de Defesa do Direito de Defesa.
O principal problema atualmente é que nenhuma delas tem a relação de proximidade e confiança que Lula busca. O presidente quer ter liberdade para telefonar e ter conversas diretas com o nome que indicar para o STF.