Domingo, 27 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 27 de maio de 2023
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu na última semana um grupo de senadores e a orelha do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), certamente esquentou.
A reunião não foi registrada na agenda oficial do presidente da República. A explicação está no tema. Lula recebeu conselhos para se aproximar do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), como forma de fazer um contraponto à força política de Lira no Congresso. Foi alertado a manter conversas frequentes com Pacheco e a procurar mais o senador, pelo menos a cada 15 dias.
Ganhar a simpatia de Pacheco garantiria a Lula segurar, no Senado, as dores de cabeça criadas pelo Centrão para o governo na Câmara.
Os senadores ressaltaram, por exemplo, que Lira já conseguiu avançar sobre o Salão Azul, e fechar acordos até mesmo com o senador Davi Alcolumbre (União-AP), que mobilizou a bancada para apoiar a escolha do deputado Arthur Maia (União-BA) para a presidência da CPMI do 8 de Janeiro.
Com três ministros na atual gestão, Alcolumbre também atuou para esvaziar o Ministério de Marina Silva e opera nos bastidores pelo nome de Luís Felipe Salomão para o Supremo Tribunal Federal, mesmo sabendo que Lula prefere o advogado Cristiano Zanin.
Alcolumbre é aliado de primeira hora de Pacheco e a avaliação é que nada do que ele faz ocorre sem aval do mineiro.
O chacoalhão dos senadores já surtiu efeito. No mesmo dia, Lula telefonou para Pacheco e o convidou para uma “carona” de avião até São Paulo. Os dois participaram da cerimônia de encerramento de evento em comemoração do Dia da Indústria, realizado pela Fiesp.
Mas no dia seguinte, não pegou bem entre os parlamentares a notícia de que Lula não convidou Rodrigo Pacheco para o seu primeiro churrasco. A confraternização teve a presença de ministros e líderes governistas. Desde Lula 1, esses eventos são usados para distensionar o clima.
Votações
Lula já pediu ao presidente do Senado para acelerar as votações de propostas do Executivo encaminhadas ao Legislativo e das reformas necessárias para o país voltar a crescer de forma sustentável, como é o caso da tributária que vem sendo defendida.
Pacheco afirmou que o arcabouço fiscal, chegando ao Senado, “será encaminhado para o seu rito próprio”, e, “até o fim de junho”, deverá ser aprovado pelos senadores.
“A reforma tributária é a mais desejada há décadas e se a necessidade de mudança do atual regime tributário é uma realidade, é porque o atual não é bom”, disse Pacheco. Segundo ele, é preciso aprovar a reforma tributária para dar um novo sinal de que “a democracia saiu mais forte e inabalada”.