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Lula terá “conversa franca” com ministro indiciado pela Polícia Federal

Juscelino Filho afirmou que é inocente e que a ação contra ele é “política e previsível”. (Foto: PR/Ricardo Stuckert)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil-MA), “tem o direito de provar que é inocente”. Juscelino foi indiciado pela PF (Polícia Federal) por participação em um suposto esquema de desvios de emendas parlamentares via Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba).

“Fiquei sabendo ontem [quarta-feira]. Obviamente que não tenho essa pressa. Quando eu voltar, depois do G7, eu vou sentar e vou descobrir o que aconteceu de verdade. Se ele, e em uma conversa franca com ele, porque eu digo para todo mundo, só você sabe a verdade. Se você cometeu um erro, reconheça que cometeu. Se não cometeu, brigue pela sua inocência. Esse é o lema que tenho dito para todos os ministros. Só ele sabe a verdade, ninguém mais”, disse.

As declarações foram dadas em Genebra, na Suíça, onde o presidente participou do lançamento da Coalizão Para Justiça Social da Organização Internacional do Trabalho.

“Eu acho que o fato do cara ser indiciado não significa que o cara cometeu um erro. Significa que alguém está acusando, e que a acusação foi aceita. Agora, eu preciso que as pessoas provem que são inocentes e ele tem o direito de provar que é inocente. Eu não conversei com ele ainda”, afirmou Lula.

Juscelino é suspeito de ter cometido os crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. As conclusões da PF foram enviadas ao STF (Supremo Tribunal Federal) na terça-feira (11). O relator do caso na Corte é o ministro Flávio Dino.

Em nota, Juscelino afirmou que é inocente e que a ação contra ele é “política e previsível”. “É importante lembrar que o indiciamento não implica em culpa. A Justiça é a única instância competente para julgar, e confio plenamente na imparcialidade do Poder Judiciário. Minha inocência será comprovada ao final desse processo, e espero que o amplo direito de defesa e a presunção de inocência sejam respeitados”, disse o ministro.

O ministro das Comunicações pediu que o Supremo encerre a investigação que apontou indícios de envolvimento dele em crimes como corrupção passiva, fraude em licitações e organização criminosa. O pedido foi enviado pela defesa do ministro, na noite dessa sexta-feira (14).

A Polícia Federal indiciou o ministro no âmbito da investigação que apura suposto desvio de recursos de emendas parlamentares. O relatório da PF foi enviado ao STF, sob relatoria de Dino. Nessa sexta, o ministro encaminhou a conclusão da PF à Procuradoria-Geral da República (PGR).

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