O presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá um novo encontro com Pepe Mujica, seu aliado histórico e ex-presidente do Uruguai. Lula estará no país para participar de uma reunião com a cúpula de líderes do Mercosul.
Além da cúpula e do encontro com Mujica, a previsão é que o presidente tenha uma agenda de reuniões bilaterais, ainda em construção. A expectativa é que haja encontro com o presidente da Bolívia, Luis Arce. O país passou a ser membro pleno do Mercosul em julho deste ano.
O governo brasileiro espera que o encontro de líderes do Mercosul seja uma oportunidade para acelerar ou finalizar as negociações com a União Europeia. A assinatura, no entanto, não está prevista para a cúpula.
O secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, embaixador Mauricio Lyrio, já afirmou nessa segunda-feira (2) que a assinatura do acordo em Montevidéu “não é o que está em jogo”, e destacou que ainda há um longo caminho após a finalização das negociações.
“A assinatura é só depois da tradução. A assinatura em Montevidéu não é o que está em jogo. Na verdade, todo o acordo que a União Europeia negocia com seus parceiros, após a finalização das negociações, tem um longo processo de tradução. São 26 línguas. Além disso, tem a revisão legal final. Não é isso que está em jogo, mas queremos chegar a conclusão das negociações esse ano”, afirmou.
Nos últimos dias, várias reuniões técnicas entre representantes do Mercosul e da União Europeia foram realizadas em Brasília. A informação dos bastidores é que questões ligadas ao meio ambiente apresentadas pelo lado europeu e a compras governamentais, um ponto de preocupação do governo Lula, avançaram.
Os europeus querem garantias de que não vão comprar produtos que contribuam para o desmatamento. Ao assumir a Presidência do Brasil, em janeiro de 2023, Lula anunciou que iria reavaliar o ponto que permite isonomia de tratamento a empresas do Mercosul e da UE em licitações públicas.
65ª Cúpula
Lula participará da 65ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul na quinta (5) e sexta-feira (6), em Montevidéu, no Uruguai. O evento também marca o encerramento da presidência pro tempore do Uruguai e sua transferência para a Argentina. A Bolívia participa pela primeira vez como membro pleno do bloco, após oficializar a sua adesão em agosto deste ano.
Na quinta ocorrerá a 65ª Reunião do Conselho do Mercado Comum (CMC). A embaixadora Gisela Padovan, secretária de América Latina e Caribe, destacou a evolução histórica e o alcance comercial do Mercosul.
Com a inclusão boliviana, o bloco agora abrange 73% do território da América do Sul e representa cerca de 65% da população da região. “Com o Brasil, Argentina, Bolívia, Paraguai, Uruguai, nós temos no Mercosul 73% do território da América do Sul. Seria o segundo maior país do mundo em território. São quase 300 milhões de habitantes, que é equivalente, mais ou menos, aos Estados Unidos. Só para dar uma dimensão desse ingresso da Bolívia. E 70% do PIB da região. É bastante relevante essa ampliação da área da população, do alcance do Mercosul”, afirmou a embaixadora.