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Lula sobe cada vez mais o tom contra Israel e recebe críticas de entidades judaicas

As declarações de Lula foram dadas no desembarque dos brasileiros resgatados de Gaza. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobe, cada vez mais,  o tom contra Israel. Nesta semana, após a operação que resgatou 32 brasileiros de Gaza, ele comparou o ataque do Hamas, no dia 7 de outubro, a “atos terroristas” de Israel. As declarações de Lula foram dadas no desembarque dos brasileiros em Brasília, nessa segunda-feira (13).

“Se o Hamas cometeu um ato de terrorismo, o Estado de Israel está cometendo mais um ato de terrorismo ao não levar em conta que crianças não estão em guerra, que mulheres não estão em guerra”, disse Lula. “São mais de 5 mil crianças mortas, mais de 1,5 mil desaparecidas, que certamente estão no meio dos escombros.”

As falas foram alvo de críticas da comunidade judaica. O presidente da Confederação Israelita do Brasil (Conib), Claudio Lottenberg, pediu mais equilíbrio ao petista. “Devemos nos esforçar para não importarmos o trágico conflito do Oriente Médio para o cenário já tão polarizado do Brasil”, disse. “Por isso, gostaríamos de ver mais equilíbrio no posicionamento do governo brasileiro.”

“O presidente pode ter suas simpatias, mas é errado equiparar as ações de uma democracia como Israel com ações do grupo terrorista Hamas, que massacrou barbaramente 1,2 mil civis, de várias nacionalidades, inclusive brasileiros”, afirmou. “E ainda mantém centenas de pessoas sequestradas e se esconde covardemente atrás da população civil de Gaza, usada como escudo humano.”

“Quando o governo brasileiro demoniza Israel, pode inflamar seus milhões de apoiadores. Isso pouco depois de as autoridades terem desbaratado um plano terrorista do Hezbollah contra alvos judaicos brasileiros. Estamos aguardando uma oportunidade de sermos recebidos pelo presidente pra podermos expressar essas nossas preocupações a ele.”

Já a StandWithUs, ONG presidida por André Lajst, também criticou as “falsas equivalências” de Lula. “O presidente segue equiparando Israel, um Estado democrático, a um grupo terrorista com intentos abertamente genocidas”, diz uma nota assinada por Lajst.

Por sua vez, o Instituto Brasil-Israel lamentou as declarações do presidente. “É uma pena que o governo do Brasil, frente à tragédia da guerra, perca o equilíbrio e a ponderação, reduzindo a possibilidade de contribuir de maneira decisiva e propositiva com negociações entre as várias partes no conflito”, disse a entidade.

 

 

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