Quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 12 de fevereiro de 2024
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva viaja para o Egito e a Etiópia, dois novos integrantes do Brics, grupo que reúne algumas das principais economias emergentes do mundo. O giro de Lula pela África é parte da estratégia do presidente de diversificar os parceiros do Brasil nas relações exteriores.
O grupo Brics é formado por África do Sul, Brasil, Rússia, Índia, China, Egito, Etiópia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Irã.
Lula também busca fortalecer alianças com países em desenvolvimento, investindo na chamada diplomacia sul-sul (em referência ao sul global).
Neste ano, o presidente ainda não fez viagem internacional. No Egito, os destaques da agenda de Lula serão reuniões bilaterais com o presidente do país, Abdul Fatah Khalil Al- Sisi. Também está prevista uma visita do presidente à Liga dos Estados Árabes. Na Etiópia, ele vai participar, como convidado, da 37ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo da União Africana, entidade que reúne as 55 nações da África.
Relações comerciais e guerra
Lula chega ao Cairo, capital do Egito, nesta terça-feira (13). As reuniões com o presidente Abdul Fatah Khalil Al- Sisi estão marcadas para a quarta-feira (14).
De acordo com o Palácio do Itamaraty, o Brasil estreitou laços com o país africano durante as negociações para retirar brasileiros da região do conflito da Faixa de Gaza. A saída passava necessariamente pelo território egípcio. O governo quer aproveitar o canal diplomático aberto para intensificar o diálogo com o país africano.
“O Egito é um ator importante na região. Esse diálogo se deu nos mais diversos níveis para conseguir a repatriação dos brasileiros. Essa circunstância tornou a relação ainda mais importante”, afirmou o embaixador Carlos Duarte, secretário de África e Oriente Médio do Ministério das Relações Exteriores, durante apresentação para jornalistas sobre a viagem de Lula.
A guerra entre Israel e o Hamas será um dos tópicos de conversa do presidente Lula com Al-Sisi. Mas o Brasil também quer falar de relações comerciais. O Egito é visto como parceiro estratégico na África.
“É um comércio forte e diversificado, especialmente nos produtos agrícolas”, afirmou o embaixador.
O governo Lula espera que o Egito aprove nos próximos meses novos abatedouros e frigoríficos no Brasil para exportação de carne bovina. Em 2023, o país africano diversificou as compras do Brasil e passou a importar peixes e derivados, carne de aves, algodão, gelatina e colágeno.
Os governos de Brasil e Egito também deverão conversar sobre a criação de uma linha aérea ligando São Paulo e o Cairo.
Cúpula da União Africana
Nesta sexta-feira (16), Lula chega à capital da Etiópia, Adis Abeba. A participação na Cúpula da União Africana está marcada para os dias 17 e 18.
Na visão do Itamaraty, o convite feito a Lula demonstra o reconhecimento do continente africano aos esforços do Brasil para construir pontes com a região. O Brasil apoiou tanto a entrada do Egito quanto a da Etiópia no Brics.
A relação com a Etiópia ainda não é tão desenvolvida, mas o governo brasileiro vê potencial para crescimento.
“É também um país com o qual o Brasil pode desenvolver um comércio mais forte. É um País que tem tido um crescimento econômico forte e significativo e é um mercado importante. O Brasil pode se beneficiar tendo uma presença maior na Etiópia”, explicou o embaixador Carlos Duarte.