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Por Redação O Sul | 25 de fevereiro de 2020
Após ter encontra o papa Francisco, o ex-presidente Lula informou que pretende se ausentar novamente do país. O líder petista quer viajar de 29 de fevereiro a 12 de março e passará por França, Suíça e Alemanha. A informação é da colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo.
A turnê pela Europa irá começar por Paris, onde deverá ficar até o dia 5 de março para receber o título de cidadão honorário de cidade.
Entre os dias 5 e 7 de março, Lula estaria em Genebra, na Suíça, onde participará de encontros com lideranças sociais e de trabalhadores do Conselho Mundial de Igrejas.
Já entre os dias 7 e 11, o ex-presidente quer visitar Berlim para um encontro com lideranças do movimento sindical mundial.
Livre desde que o STF considerou ilegal a prisão após condenação em 2ª instância, Lula não precisa de autorização da Justiça para viajar.
Papa Francisco
O papa Francisco se reuniu no último dia 13 com o ex-presidente Lula no Vaticano. Segundo o site do Instituto Lula, o ex-presidente viajou até a Santa Sé para abordar temas como fome, desigualdade social e intolerância na conversa com o pontífice. Em rede social, o ex-presidente afirmou que conversaram “sobre um mundo mais justo e fraterno”.
O teor detalhado da reunião não foi divulgado. A Santa Sé não divulgou um comunicado oficial devido ao caráter privado da reunião. Em janeiro, o presidente argentino Alberto Fernández já havia anunciado que Francisco receberia Lula.
Lula desembarcou em Roma, acompanhado de seu ex-chanceler, Celso Amorim.
Segundo informou o site do Partido dos Trabalhadores (PT), ele aproveitou a viagem para outros compromissos com líderes políticos locais, como o atual secretário-geral do Partido Democrático (um dos dois partidos que governa a Itália), Nicola Zingaretti, e o ex-primeiro-ministro italiano Massimo D’Alema, que havia visitado Lula na prisão, em Curitiba. Ele também se reuniu com representantes da CGIL (sigla em italiano da Confederação Geral dos Trabalhadores da Itália), entidade similar à CUT.
Depoimento
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva prestou depoimento na última quarta (19) à Polícia Federal em um inquérito que investiga crime de calúnia ou difamação contra o presidente Jair Bolsonaro.
O inquérito, que está sob sigilo, foi iniciado por ordem do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, com base na Lei de Segurança Nacional.
Em novembro do ano passado, Lula afirmou: “Não é possível que um país do tamanho do Brasil tenha o desprazer de ter no governo um miliciano”.
O artigo 26 da Lei de Segurança Nacional prevê pena de até quatro anos de prisão para quem imputar crime ou fato ofensivo à reputação dos presidentes da República, da Câmara, do Senado ou do Supremo Tribunal Federal.
Em nota emitida após o depoimento, a Polícia Federal disse que em momento algum o ministro da Justiça orientou ou determinou sobre eventual enquadramento do ex-presidente pela prática de crime tipificado na Lei de Segurança Nacional.