Quarta-feira, 27 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 30 de junho de 2023
A primeira visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Rio Grande do Sul em seu terceiro mandato, nesta sexta-feira (30), coincidiu com um fato político que dominou o noticiário nacional: a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que puniu com inegibilidade por oito anos um arqui-inimigo do líder petista: o ex-mandatário Jair Bolsonaro.
Em suas falas nos três eventos dos quais participou ao longo do dia (duas inaugurações e um almoço no Palácio Piraini), o chefe do Executivo chegou a fazer críticas indiretas a seu antecessor (a quem se referiu como “negacionista”), em aspectos como a condução de políticas públicas em áreas como a da saúde. Mas não repercutiu as situação do rival.
Lula mencionou os piores momentos da pandemia de coronavírus como um exemplo de má gestão pelo governo anterior. Ele chamou Bolsonaro de “negacionista” e elogiou o esforço dos profissionais da saúde para salvar vidas.
“Muita gente da rede privada de saúde se colocou contra o SUS [Sistema Único de Saúde]. Durante quantas décadas o SUS só aparecia nos meios de comunicação de forma pejorativa?”, questionou, antes de encerrar com mais um afago ao SUS:
“Morreram mais de 700 mil pessoas e esse número poderia ter sido de mais de 1 milhão, se não houvesse a dedicação desses profissionais. Quando o SUS foi promulgado, a gente estava fazendo uma coisa que nenhum país do mundo conseguiu fazer que foi a tentativa de universalizar a saúde no País. Universalizar é sempre complicado porque significa dar a toda as pessoas a oportunidade e o direito a ter uma saúde de qualidade e que possa atender as necessidades das pessoas”.
“Precisou acontecer uma desgraça no mundo, uma pandemia, e ainda termos um governo negacionista para que o a rede pública do setor pudesse ser novamente respeitada, com toda de falta de recurso mas também com toda a dedicação de quem colocou a própria vida em risco para salvar a de outras pessoas”.
Decisão
Bolsonaro foi punido por 5 votos a 2 na Corte, por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. Motivo: no ano passado, quando ainda estava à frente do Palácio do Planalto, ele convocou uma reunião com embaixadores e usou o evento (transmitido por emissora estatal) para difundir fake-news sobre o processo eleitoral.
(Marcello Campos)