Segunda-feira, 28 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 29 de maio de 2019
A palestra de Oskar Metsavaht aconteceu nesta manhã (29) na Feira Brasileira do Varejo. O fundador e direção de criação e estilo da Osklen iniciou a fala transmitindo um pequeno filme sobre o funcionamento da empresa de moda e o impacto da produção nas comunidades. Sendo o maior laboratório de desenvolvimento sustentável da moda brasileira, o lema da empresa consiste em uma sigla – ASAP. ASAP significa “as sustainable as possible, as soon as possible” (o mais sustentável possível, o mais breve possível, em português).
Na palestra, Oskar defendeu o crescimento e a produção sustentável. “Você pode fazer dinheiro e ter lucro com recursos naturais, mas você tem que usar técnicas para deixar [os recursos naturais] para as próximas gerações da mesma forma que você encontrou”, frisou o fundador da Osklen. Além disso, o empresário sugeriu que temos que pensar de forma crítica em relação à indústria da moda. “Não sou contra o fast fashion. Acho que o que tem que mudar é a forma com que isso é feito. E o que traz isso é originalidade, qualidade e sustentabilidade”, afirmou, frisando que essas são as diretrizes da Osklen.
Trabalhando com 27 materiais diferentes – mais de 120 já foram testados -, Oskar defendeu que o diferencial da marca vem das “coisas originais” e que o varejo deve seduzir o cliente, para que ele “entenda a linguagem” e a história de uma coleção.
Para O Sul, Oskar falou sobre como surgiu a ideia de produzir as roupas focando no desenvolvimento sustentável. “No final dos anos 90, quando eu percebi a mudança da nossa sociedade, [percebi] que a gente realmente tinha que ser protagonista de uma mudança na questão da sustentabilidade”, contou o empresário. Assim, Oskar destacou que, ao entender esse conceito, começou a aplicá-lo dentro da empresa que fundou, a Osklen. “Achei que eu poderia […] começar […] na cadeia de moda de uma forma pequena, o mais sustentável possível que eu conseguisse naquele momento, começando com 1% e evoluindo aos poucos, a cada ano que foi passando”, frisou o empresário.
Além disso, o fundador da Osklen também destacou a origem dos materiais que utiliza na produção das roupas, que vem desde comunidades no meio da floresta amazônica até o interior do sertão nordestino, passando por indústrias do Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro. Sobre isso, Oskar destacou que as origens diversas são muito interessantes, pois a empresa “acabou influenciando mudanças desde as pequenas comunidades de baixa renda até as grandes indústrias”. Indústrias, essas, que elogiou, ao avaliar criticamente o papel do varejo na produção sustentável. “A indústria está se transformando e se comprometendo muito mais do que as marcas, do que o varejo, do que inclusive nós consumidores. […] É importante o varejo perceber isso e começar a ter uma seleção daqueles produtos que eles vendem em suas lojas tendo critérios de sustentabilidade por trás. Ou seja, prestigiar e favorecer muito mais a indústria e as marcas que tenham esse compromisso”, apontou Oskar. Por fim, concluiu com a ideia que perpassou toda a palestra e entrevista dele: “o novo luxo é incluir a preservação dos recursos naturais e as comunidades de baixa renda na cadeia produtiva dos nossos materiais”.