No show em Copacabana, Madonna não apenas relembra a importância de Michael Jackson, que morreu em 2009, como também faz uma referência a si mesma, ao retomar a mistura entre “Like a Virgin” e “Billie Jean” que apresentou na “The Virgin Tour”, em 1985.
Anos depois, os dois chegaram a sair juntos, em meio a boatos de um possível relacionamento.
Nascidos no mesmo ano e no mesmo mês — agosto de 1958 –, e com apenas duas semanas de diferença, as histórias de Madonna e Michael Jackson se cruzam quando os dois passam a fazer sucesso com seus hits de música pop entre os anos 1980 e 1990.
Embora ambos tenham traçado carreiras bem diferentes, focando em temas distintos e chocando o mundo por diferentes motivos, as comparações entre eram constantes. Afinal, duas pessoas tão diferentes e talentosas viriam a ser coroadas como Rei e Rainha do Pop.
No início dos anos 1990, quando ambos já tinham fama no mundo todo, rumores de um possível relacionamento começaram a circular. Na época, eles compartilhavam o mesmo empresário, Freddy DeMann, responsável por apresentá-los.
Madonna e Michael compareceram juntos à cerimônia do Oscar de 1991, ambos vestidos de branco, e causaram um alvoroço na mídia, que passou a noticiar o suposto casal.
Madonna e Michael Jackson na cerimônia do Oscar de 1991 (Foto: Ron Galella/Ron Galella Collection via Getty Images)
Na época, em entrevista à VH1, Madonna disse que os dois decidiram ir juntos após falar que tinham planos de irem desacompanhados.
Os dois foram flagrados juntos mais algumas vezes na época, mas logo se distanciaram. Segundo declarações da cantora para a mídia, eles tinham planos de trabalhar juntos no single “In The Closet”, lançado naquele mesmo ano por Michael, mas discordavam da maneira como a música e o clipe deveriam ser feitos.
Madonna chegou a dizer em entrevistas que Michael queria um título polêmico para a faixa (que significa “dentro do armário” em português), mas se recusava a polemizar conteúdo da música e do clipe.
Conhecida por causar polêmicas e defender aqueles que foram marginalizados ao longo de toda a sua carreira, Madonna teria feito exigências demais ao Rei do Pop, que acabou desistindo da colaboração musical.
Com personalidades e carreiras muito distintas, os dois logo se afastaram e perderam contato. No documentário “Michael Jackson Tapes”, que mostra gravações de voz do cantor, ele chegou a dizer que Madonna “não era uma boa pessoa” e relembrou algumas discussões entre ambos quando estavam juntos.
No VMA de 2009, logo após a morte de Michael Jackson, Madonna fez um discurso emocionado sobre o Rei do Pop e sua importância: “Ele parecia de outro mundo, mas era apenas humano. Não posso dizer que fomos amigos, mas em 1991, quando eu decidi conhecê-lo melhor, eu chamei ele para jantar e disse: ‘Deixa comigo, eu dirijo, só eu e você'”.
“Durante o jantar eu estava empenhada em conseguir fazer ele comer batatas fritas, beber vinho e dizer palavrões. Coisas que ele não parecia se permitir fazer. Me pareceu que ele estava procurando mais por uma amiga do que por um romance”, acrescentou a cantora.
Michael Jackson e Madonna em 1991 (Foto: Barry King/Liaison)
Madonna afirmou que era importante fazer este discurso, já que não havia conseguido se despedir de Michael da maneira como gostaria. Desde então, ela homenageia o cantor em diversas ocasiões.
Durante uma entrevista ao programa de James Corden em 2016, no quadro Carpool Karaoke, ela revelou detalhes inéditos sobre o relacionamento com Michael. Ao ser perguntada se eles se beijaram, a cantora respondeu: “É claro, é claro. Querido, eu sou vivida”.
“Eu tomei [a iniciativa], se quer saber a verdade, porque ele era um pouco tímido. No entanto, ele foi um cúmplice voluntário. Eu fiz ele se soltar um pouco com uma taça de vinho, e isso fez maravilhas”, relembrou a Rainha do Pop.