Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 29 de junho de 2015
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesse domingo que seu partido terá acesso às identidades de quem votou e quem não votou nas primárias governistas para a eleição parlamentar de 6 de dezembro.
Para Maduro, a informação será usada por sua agremiação, o Partido Socialista Unido da Venezuela, para “afinar” as táticas para a campanha durante a eleição legislativa.
“Sabemos quem vota e quem não vota e desta maneira o PSUV poderá organizar melhor suas equipes, para que os candidatos convoquem os que participaram neste primeiro passo e organizem a grande vitória eleitoral”.
A respeito da oposição, Maduro disse que seus adversários traçam “uma rota de exclusão”. “De todos os candidatos, 92% deles são representantes de grupos econômicos. Não representam nem os dirigentes nem as bases da MUD”.
A declaração foi motivo de preocupação entre os internautas venezuelanos. Eles acusam o governo de querer usar as informações para perseguir os não votantes e principalmente os eleitores opositores.
Questionado sobre a acusação, o chefe de campanha do PSUV, Jorge Rodríguez, negou que o partido tenha a intenção de usar a informação de formas indevidas, como violar o voto secreto ou perseguição de opositores.
“Vamos ter as listas dos que votaram porque simplesmente este é um processo interno do partido e precisamos saber com quem podemos contar para afinar nossa campanha e saber onde teremos mais força”.
Neste domingo, os chavistas escolheram os candidatos para a eleição, que renovará as 167 cadeiras do Parlamento. O pleito acontece mais de um mês após a opositora Mesa de Unidade Democrática definir seus postulantes.
O pleito se encerrou por volta das 22h locais (23h30 em Brasília), após seu horário ser prorrogado duas vezes. Os resultados deverão ser anunciados durante a madrugada desta segunda-feira (29).
Participação
Ainda não foram divulgados os números sobre a participação no pleito. O chefe de campanha do PSUV afirma que seu partido superou a quantidade de eleitores das primárias da oposição, em 17 de maio.
“É um evento impressionante e o fluxo de votantes não diminui. Esta é a resposta dos cidadãos que estão cansados da exclusão, do ódio”, disse Jorge Rodríguez.
Para o secretário-geral da Mesa de Unidade Democrática, Jesús Torrealba, o governo mente sobre a alta participação nas primárias. “Seções instaladas, mas sem gente e os poucos que estão vão obrigados. Que fracasso melancólico”. (Folhapress)