Sexta-feira, 11 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 4 de agosto de 2024
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, propôs retomar negociações com os Estados Unidos, após o governo americano não reconhecer o resultado da eleição que reelege o venezuelano para um terceiro mandato.
“Sempre dialoguei”, publicou Maduro na rede social X. “Se o governo dos Estados Unidos está disposto a respeitar a soberania e deixar de ameaçar a Venezuela, podemos retomar o diálogo”, acrescentou.
O mandatário venezuelano, no entanto, condicionou possíveis contatos ao “cumprimento” do memorando de entendimento firmado em setembro do ano passado em negociações diretas entre Caracas e Washington no Catar, em paralelo a um processo de diálogo entre o chavismo e a oposição em Barbados sobre um roteiro para as eleições presidenciais.
O secretário de Estado americano, Antony Blinken, disse em comunicado, na última semana, que há “evidência abundante” do triunfo do candidato opositor Edmundo González Urrutia, que concorreu devido à inabilitação política da ex-deputada María Corina Machado.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) proclamou, na última segunda-feira (29), Maduro como presidente reeleito para um terceiro mandato de seis anos, com 51% dos votos contra 44% de seu principal adversário.
A oposição sustenta que possui cópias de mais de 80% das atas de urna e que González Urrutia obteve 67% dos votos.
Documento
Maduro, entretanto, estabeleceu como condição para essas negociações o cumprimento do memorando de entendimento firmado em setembro do ano passado, durante conversas diretas entre Caracas e Washington, realizadas no Catar.
Vale destacar que essas negociações ocorreram paralelamente ao diálogo entre o governo venezuelano e a oposição em Barbados, que discutiu um plano para as eleições presidenciais.
“Após a realização de eleições presidenciais e a posse do presidente devidamente eleito, os Estados Unidos desbloqueiam os ativos do governo venezuelano atualmente congelados” e “levantam todas as sanções”, indica o documento.
A Casa Branca manifestou disposição para revisar suas sanções contra a Venezuela, que incluem um embargo ao petróleo, ao gás e ao ouro do país sul-americano, se houvesse “eleições livres”.
Após as denúncias de fraude da oposição, protestos têm ocorrido desde a segunda-feira, nos quais pelos menos 11 pessoas morreram, segundo organizações de defesa dos diretos humanos, além de mil prisões.
Maduro responsabiliza María Corina e González Urrutia pela violência e, na terça-feira, disse que eles deveriam “estar atrás das grades”.