Segunda-feira, 13 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 8 de maio de 2015
Há dez anos, Rita Ribeiro da Silva teve o bebê trocado na maternidade por outro e, após descobrir o engano, não aceitou devolver a criança que já vinha criando. Ela brigou na Justiça até o fim e ficou com os dois.
Na época em que a troca de bebês veio à tona, a história dos dois foi destaque na imprensa. Em junho de 2004, Rita deu à luz Vitor Hugo Ribeiro, mas, devido a um engano de funcionários da Santa Casa, saiu do hospital com Giuliano Ribeiro. Desde o começo, o coração de mãe não se enganou. A diferença de traços e cor de pele dela e do marido em relação ao bebê era gritante, mas o hospital garantiu que não havia engano.
“Eu via que ele era diferente de nós. Fora que era o nome da outra mãe que estava no bercinho dele na maternidade, mas, na pulseira, era o meu nome. Perguntei para as enfermeiras se elas não haviam trocado, mas elas disseram que era impossível. Voltei para casa sentindo que não era meu filho que eu estava levando”, relembra.
Confirmação.
Mas a confirmação demorou para sair. Meses depois, conversando com uma enfermeira da Santa Casa, ela comentou o assunto e, diante da gravidade da suspeita, a funcionária levou o caso ao diretor do hospital, que chamou Rita para conversar e ofereceu um teste de DNA. Como o primeiro resultado apontou que Giuliano não era filho do casal, foi solicitado um segundo exame, que veio para confirmar a troca e mudar a vida dos bebês.
A mãe biológica de Giuliano foi contatada e, com o DNA em mãos, o hospital sugeriu que as mães destrocassem as crianças, mas Rita se recusou. “Eu estava amamentado o Giuliano, e o Vitor não estava sendo amamentado. Eu não podia tirar o bebê do peito de uma hora para outra. Além disso, o Vitor estava com vários bernes pelo corpo e cheio de piolhos. Eu não ia entregar uma criança que estava sendo bem cuidada para ela ficar nesse estado”, conta.
O caso foi levado para a Justiça, que também determinou que os bebês fossem destrocados. Novamente, Rita se recusou e manifestou a vontade de ficar com os dois. “A outra mãe judiou muito dele [Vitor]. Briguei com o juiz, com o promotor e falei que eu não ia entregar a criança”, relata.
Segundo ela, a mãe biológica de Giuliano chegou a morar com a família de Rita por duas semanas, mas, por fim, abriu mão do filho. Os bebês já estavam com nove meses quando viraram oficialmente irmãos.
“Não importa o que aconteceu, ela é minha mãe. Ela batalhou por mim e conseguiu ficar comigo”, diz Giuliano. Vitor é menos falante e resume o sentimento em apenas uma frase: “Minha mãe é a melhor de todas”. E Rita entrega: os dois vivem brigando, mas não se desgrudam. (AG)