Sábado, 11 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 21 de outubro de 2016
Mércia Santos preparou o almoço dos filhos e sentou no sofá para assistir à TV por alguns minutos. Seria um dia normal como todos os outros, não fosse a reportagem que era exibida naquele momento: a morte de um jovem atleta da Portuguesa, encontrado na piscina do clube. O mundo parou diante da tela. Era seu filho.
O corpo do atleta foi encontrado na manhã de quinta-feira (20). Mércia entrou em desespero.
“Vi a reportagem e mostraram a foto e o vídeo dele tocando guitarra. Quando eu vi, fiquei totalmente desesperada. Chorei muito com meus filhos. Minha filha chorou muito, meu filho se controlou mais. A gente nunca espera perder um filho, espera que um filho enterre a gente”, disse, sem conter as lágrimas.
O único desejo que poderia ter era ver Lucas pela última vez e se despedir dele. A tarefa seria árdua. Ela mora na longínqua Carnaíba, cidade no interior de Pernambuco. Até chegar ao velório, seria preciso percorrer 6 horas de ônibus até a capital e pegar um voo para São Paulo.
Mas o bolso não permitia. Mércia vive graças ao programa Bolsa Família e a uma pequena pensão alimentícia do ex-marido. É dona de casa e não pode trabalhar porque a filha precisa de cuidados especiais. Era preciso pensar em alternativas. Pediu dinheiro a amigos e até para o prefeito da cidade, que disse que o município está com recursos escassos e pouco poderia ser feito.
Desolada, foi obrigada a aceitar o adeus à distância.