A Polícia Civil de Apucarana, no Paraná, informou que o bebê de um 1 e 6 meses, que teria sido sequestrado nesta semana, já foi localizado. Após reconstituição do crime e contradições, a mãe confessou que escondeu a criança na casa da avó materna. O objetivo do falso sequestro era prejudicar o ex-marido. A mulher havia informado, em depoimento à polícia, que estava em um ponto de ônibus quando um carro preto parou diante dela. Um homem desconhecido teria descido do veículo e levado a criança. Ela ainda declarou que o suspeito gritou que o ex-marido sabia o motivo pelo qual o bebê estava sendo sequestrado.
Reconstituição do crime apontou contradições da mãe.
De acordo com o delegado de Apucarana, José Aparecido Jacovós, a mãe foi levada até o local do crime para uma reconstituição. A primeira contradição foi a presença de uma mulher no ponto de ônibus. A testemunha teria ligado para a Polícia Militar e comunicado o sequestro. Porém, o órgão informou que não recebeu nenhuma ligação sobre o sequestro de um bebê. O horário do crime também foi um dos pontos contraditórios. A mãe chegou na delegacia por volta das 13h30min, informando que o crime tinha acontecido às 11h30min. Antes de ir para o ponto de ônibus, a mulher contou que havia passado na casa da tia. Mas durante a reconstituição, a tia informou que a visita aconteceu por volta das 12h30min. A mãe do bebê disse, então, que se confundiu por causa do nervosismo.
Confissão.
A polícia também estranhou o fato de a mãe do bebê não ter procurado socorro na casa da tia logo após o crime. “Depois do interrogatório, ela confessou que o sequestro foi falso”, contou o delegado. Ela informou que está separada há três meses e, segundo a polícia, usou o sequestro para prejudicar o ex-marido, que chegou a ser detido depois da comunicação do crime. Jacovós contou que a mulher estava muito nervosa e convenceu a equipe da polícia. “Ela estava o tempo todo chorando, desesperada”, descreveu. O delegado contou ainda que o falso sequestro mobilizou várias equipes da polícia sem necessidade. “A notícia do crime causou uma mobilização muito grande. A polícia lamenta que os pais usem crianças para resolver problemas de ordem sentimental e pessoal”, declarou Jacovós.
Falsa comunicação de crime.
Segundo ele, a mulher vai assinar um termo circunstanciado e responder por falsa comunicação de crime, que tem pena prevista de um a seis meses, e calúnia, com pena que pode chegar a um ano de reclusão, por tentar envolver o ex-marido no crime. (AG)