Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Ali Klemt | 14 de maio de 2023
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Eu realmente acredito que um mundo governado por mães seria muito mais feliz. Porque a mulher que se torna mãe – mãe de verdade, tendo ou não gestado o filho – essa mulher desenvolve habilidades únicas. Ela sabe acolher nos momentos difíceis, estimular o desenvolvimento e amar imensuravelmente.
É claro que as mães não são perfeitas. Elas são apenas mulheres. Mulheres que carregam suas histórias de vida no lombo, e que guardam seus sonhos em gavetinhas esquecidas de seu coração. Mulheres que tentam fazer o seu melhor, diariamente. São mulheres que batalham para pagar os livros da escola ou o pão para botar na mesa.
As mulheres são melhores que os homens? Não, são apenas diferentes. Mas as mães… essas tendem a ser melhores que o restante da população, sim. E isso não é puxa-saquismo, não! Para mim, há uma explicação muito clara: a maternidade é visceral e te arrasta a uma realidade em que empatia, doação, resistência e tolerância se tornam ferramentas indispensáveis não só à própria sobrevivência da mulher, mas à sobrevivência da prole. É a natureza tornando um ser melhor para garantir a manutenção da espécie.
Porque ser mãe é lindo, mas também é difícil demais. Começa como uma maratona de resistência física: noites sem dormir, alimentação inconstante e até mesmo a falta de autonomia para realizar em paz as suas necessidades fisiológicas. Invariavelmente, isso tudo vem acompanhado de dor, da cesárea ou da episiotomia. E, apesar dessas condições extremas, é preciso trabalhar a sua mente para lidar não só com todas as dúvidas para manter um bebê vivo, mas também com o emocional para resistir ao choro e dores e cólicas.
Mas passa. Tudo passa.
E aí eles começam a engatinhar e botar moedas na boca. E correr para a piscina sem saber nadar. E se pendurar em muradas de altos andares. Porém, a mãe nem sempre está lá, então o coração vive em constante sobreaviso, enquanto o cérebro rastreia quaisquer possibilidades de perigo nas redondezas. E em meio a tudo isso, a mulher volta ao trabalho – porque a sociedade assim impõe, porque dinheiro é necessário, porque é importante para essa mulher e sua autoestima.
E aí começa a outra dor: a culpa da mãe, que já nasceu junto com a criança, só se amplia na medida em que outras demandas se acumulam e outras necessidades surgem para essa mulher. Viagens a trabalho ou apenas a necessidade de ter tempo para si. Tudo isso importa, mas tudo isso pesa em seu coração.
E como se não bastasse, há o trabalho mais difícil do mundo: a gestão das emoções alheias. Equilibrar todos os sentimentos de uma casa para que ela seja muito mais do que uma casa, mas, sim, um lar. Ter força para emprestar ao filho nos momentos de fraqueza. Ter alegria para doar nos momentos de tristeza. Ter afeto para afastar os momentos de raiva. Esse trabalho, meus amigos, é de um gasto de energia descomunal. Mas não importa, se a mãe atingir o seu objetivo: fazer do seu coração o lugar mais seguro do mundo.
E eu falei, até agora, apenas de situações rotineiras da maternidade. Entretanto, há, ainda, as super guerreiras: as mães atípicas. Como se não bastasse tudo exposto acima, essas ainda cumulam a dor pelo sofrimento dos filhos, as expectativas frustradas, os gastos financeiros com saúde e o desafio de viver em um mundo que não as compreende. Incrivelmente, essas mulheres são ainda mais resilientes, e sorriem com muito mais frequência que os demais seres humanos. Sabem por quê? Por seus filhos. Para incentivá-los a seguirem em frente em um mundo de luz. Por amor.
Se tais condições não servem para criar o melhor ser humano da Terra…
Sim, mães. Somos aliadas em nossa luta silenciosa, nessa jornada linda, nessa aventura incrível que é a maternidade. Feliz Dia das Mães a todas nós!
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.