Quarta-feira, 02 de abril de 2025

Porto Alegre
Porto Alegre, BR
23°
Mostly Cloudy

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Curiosidades “Maior especialista em arte do século 18 na França” é julgado por enganar príncipe e Palácio de Versalhes com móveis forjados

Compartilhe esta notícia:

Bill Pallot teve uma carreira lucrativa como consultor de museus, galerias e colecionadores. (Foto: Reprodução)

Bill Pallot tinha uma paixão inigualável por cadeiras francesas do século XVIII e a transformou em uma carreira lucrativa como consultor de museus, galerias e colecionadores, inclusive do Palácio de Versalhes. Ele se tornou uma figura conhecida na sociedade parisiense e uma celebridade no mundo da arte, até ser derrubado por um ex-aluno que suspeitou e identificou as falsificações.

Marcado por seu cabelo longo e looks de três peças, Pallot foi descrito pela revista Vanity Fair como “o maior especialista mundial em obras da França do século XVIII”, enquanto a Paris Match o rotulou como “o Bernard Madoff da arte”, famoso investidor que caiu em desgraça por comandar um dos maiores esquemas de pirâmide em Wall Street.

No auge de seus poderes, a experiência e as garantias de autenticidade de Pallot ajudaram a convencer especialistas franceses a designar vários itens como tesouros nacionais. Ele também usou sua fama para enganar compradores endinheirados, incluindo o príncipe Abdullah bin Khalifa al-Thani do Catar. Fazia os clientes acreditarem que estavam comprando peças genuínas da História real.

Ele atestou a autenticidade de assentos que teriam pertencido a Maria Antonieta e à amante de Luís XV, Madame du Barry.

As pessoas acreditaram tanto em Pallot porque, há quase 40 anos, ele escreveu o que foi considerado o principal livro sobre o assunto: “A Arte da Cadeira na França do Século XVIII”, que inclui um prefácio de seu amigo, entusiasta de antiguidades e designer de moda Karl Lagerfeld.

Agora, Pallot é talvez mais conhecido por usar seu conhecimento de História da arte para enganar alguns dos mais estimados especialistas e compradores de antiguidades.

Investigação e julgamento

Na terça-feira, após anos de investigações pela polícia francesa, Pallot e outros cinco acusados supostamente ligados a um esquema para repassar falsificações a compradores desavisados compareceram ao primeiro dia de um julgamento criminal em Pontoise, perto de Paris. Eles são acusados de cometer fraudes usando os móveis antigos falsificados.

Em 2016, o Ministério da Cultura francês emitiu uma declaração dizendo que a polícia estava investigando a autenticidade de peças de mobiliário avaliadas em 2,7 milhões de euros (R$ 16,6 milhões, na cotação atual), incluindo duas cadeiras atribuídas a Luís XV, compradas pelo Palácio de Versalhes. Essa investigação levou à conclusão de que elas não eram autênticas e à prisão de Pallot no mesmo ano. Em 2017, o escândalo também mudou a forma como as autoridades francesas passaram a autenticar antiguidades.

Dúvidas sobre o trabalho de Pallot começaram a surgir anos antes, levantadas principalmente pelo seu colega e ex-aluno, Charles Hooreman, que compartilhou suas preocupações com o suspeito e com compradores e autoridades francesas.

Em 2018, Hooreman disse à Vanity Fair que considerava Pallot seu “herói” depois de assistir às suas aulas de História da arte na Sorbonne. Mais tarde, enveredou pela mesma profissão que seu professor, mas começou a suspeitar de seu mentor com base em conversas com um comprador e sobre a quantidade de antiguidades que surgiam.

Em 2012, Hooreman disse que viu dois bancos dobráveis que estavam sendo anunciados como tendo pertencido à Princesa Louise Élisabeth, a filha mais velha do Rei Luís XV. Ele se sentiu compelido a testá-los.

“Eu lambi a cadeira e voilà. Eu pude sentir o gosto da fraude”, ele disse à Vanity Fair.

Familiarizado com os métodos usados por mestres da restauração, ele reconheceu um truque usado por um marceneiro que Pallot preferia, Bruno Desnoues. Desnoues usou alcaçuz derretido para dar à madeira nova um aspecto antigo.

Desnoues também está sendo julgado agora. Ele admitiu seu papel no esquema. O próprio Pallot reconheceu o esquema, mas negou que haja tantas falsificações quanto Hooreman alegou.

Como começou o esquema? Pallot e Desnoues ficaram curiosos se conseguiriam fazer uma boa falsificação enquanto o artesão restaurava antiguidades autênticas, de acordo com o Le Monde.

O julgamento – parte de uma reviravolta mais ampla sobre a prevalência de falsificações nos mundos da arte e das antiguidades – está programado para continuar no mês que vem.

Embora possa pegar anos de prisão, ele disse ao Le Parisien antes do início do processo que espera se explicar ao tribunal na esperança de encontrar circunstâncias atenuantes a aplicar na pena. As informações são dos jornais O Globo e The New York Times e da agência de notícias AFP.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Curiosidades

Gérard Depardieu afirma em julgamento que “mão nas nádegas não é agressão sexual”
Hotel de Porto Alegre expõe pinturas inéditas do artista e professor Eduardo Vieira da Cunha
https://www.osul.com.br/maior-especialista-em-arte-do-seculo-18-da-franca-e-julgado-por-enganar-principe-e-palacio-de-versalhes-com-moveis-forjados/ “Maior especialista em arte do século 18 na França” é julgado por enganar príncipe e Palácio de Versalhes com móveis forjados 2025-03-26
Deixe seu comentário
Pode te interessar