O hospital Al-Shifa, o maior de Gaza, está funcionando sem eletricidade depois de ser bombardeado várias vezes nas últimas 24 horas, informou neste sábado (11) a ONG MSF (Médicos Sem Fronteiras).
A organização também disse que perdeu contato com um cirurgião que está no hospital al-Quds e que recebeu relatos de que outros centros médicos, como o hospital Al Rantisi, estão cercados por tanques israelenses.
Em relação ao hospital Al-Shifa, o MSF afirmou que ele perdeu a energia elétrica na sexta-feira (10), mas que o local segue operacional, “apesar dos ataques regulares e da escassez”.
Neste sábado, o Ministério da Saúde de Gaza, controlada pelo Hamas, afirmou que as operações no Al Shifa tinham sido suspensas por falta de combustível. “Como resultado, um recém-nascido morreu dentro da incubadora, onde há 45 bebês”, disse um porta-voz.
O Exército de Israel, por sua vez, afirmou que está empenhado em “combates intensos e contínuos” contra o Hamas perto do Al-Shifa, mas não afirmou se foi o responsável pelo ataque ao complexo de saúde.
As FDI (Forças de Defesa de Israel) alegam que o Hamas tem usado hospitais de Gaza como centros de comando e, por isso, estes locais precisam ser evacuados.
Segundo o MSF, um “bombardeio ininterrupto impede a evacuação de pacientes e funcionários” do Al-Shifa. A organização afirmou que sua equipe testemunhou pessoas sendo baleadas enquanto tentavam fugir do local.
“Há muitos pacientes operados que não conseguem andar. Eles não podem evacuar”, disse o cirurgião do MSF no Al-Shifa Mohammed Obeid. “Precisamos de uma ambulância para movê-las, mas não temos ambulâncias para remover todos esses pacientes”.