Cerca de 99% dos incêndios que ocorreram na Amazônia foram causados pela ação humana. É o que informam agentes de combate às queimadas na região vinculados ao governo federal. Segundo o coordenador de combate a incêndios do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Christian Berlivek, muitos dos casos são criminosos.
A informação foi dada nesta segunda-feira (23), em Brasília, durante o balanço do primeiro mês da Operação Verde Brasil, executada pelas forças armadas. A operação foi autorizada pelo governo federal, no dia 23 do mês passado, por meio da Garantia da Lei e da Ordem Ambiental, com previsão de ser encerrada hoje (24). Entretanto, o decreto foi renovado até o dia 24 do próximo mês. O Ministro da Defesa, Fernando Azevedo, que participou da apresentação do balanço, mencionou que não é necessário “fazer alarde” sobre as queimadas na Amazônia.
Os números do período mostram o combate de cerca de 90 focos de incêndio em toda a Amazônia Legal, região que envolve nove estados brasileiros – Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Ao todo, foram mais de R$36 milhões em multas por atividades irregulares, como garimpo, extração de madeira e incêndios florestais. Mais de 60 pessoas foram apreendidas ou presas.
Na Amazônia Legal, as forças armadas criaram três comandos regionais: o da Amazônia, o do Oeste e o do Norte. O último começou a funcionar a partir desta segunda no combate a focos de incêndio no Mato Grosso, com centro de monitoramento na capital do estado, Cuiabá. Já o comando do Oeste foi criado para combater os incêndios previstos para os próximos meses na região conhecida como Arco do Fogo, entre Mato Grosso, Pará e Rondônia.
Durante este primeiro mês de garantia da lei e da ordem foram utilizados quase R$50 milhões de reais: R$11 milhões a mais que o recebido inicialmente pelas Forças Armadas. Outros R$36 milhões ainda serão repassados ao Exército, Marinha e Aeronáutica.