Quinta-feira, 19 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 13 de maio de 2023
A escravidão contemporânea é mais comum em áreas rurais
Foto: Divulgação/MTEDesde o início deste ano, 1.201 pessoas em situação análoga à escravidão foram resgatadas em todo o País, de acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego.
O número representa uma alta de 140% em relação ao período de janeiro a abril de 2022 e um recorde nos últimos 15 anos. Em 2008, ocorreram 1.696 resgates no mesmo período. A maioria dos casos ocorre em áreas rurais.
Desde que foram criados grupos de fiscalização na área, em 1995, foram registrados mais de 60 mil casos de trabalho análogo à escravidão em todo o País.
De janeiro a abril deste ano, os Estados com mais ocorrências desse tipo de crime foram Goiás (372), Rio Grande do Sul (296), Minas Gerais (156), São Paulo (156) e Alagoas (49).
As condições análogas à escravidão não incluem necessariamente a privação do direito de ir e vir, mas a falta de condições para sair de uma situação degradante. Muitas vezes, o cenário é definido como uma “servidão por dívida”.
Foi o caso de um idoso de 74 anos resgatado em uma obra em Foz do Iguaçu, no Paraná, neste mês. Ele trabalhava há dois anos sem receber salários para pagar supostas dívidas por produtos que era obrigado a comprar em um mercado do empregador, segundo o Ministério Público do Trabalho.
Outros exemplos são os trabalhadores aliciados em regiões distantes com a promessa de emprego e, depois, precisam pagar pelas próprias passagens.
Neste sábado (13), a assinatura da Lei Áurea, que aboliu a escravidão no Brasil, completou 135 anos.