A prefeitura de Santos (SP) informou que mais de 230 mil pessoas compareceram ao velório de Pelé na Vila Belmiro. O Rei do Futebol foi velado por 24 horas, entre a última segunda (2) e essa terça (3). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou acompanhado da primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, a uma hora do fim da cerimônia. Ao lado do caixão, o casal cumprimentou familiares e amigos do ex-jogador e participou de uma oração.
Depois do velório, o cortejo com o corpo do ex-jogador deixou a Vila Belmiro e partiu pelas ruas de Santos – passando pelo Canal 6, onde fica a casa da mãe do melhor jogador de todos os tempos, Dona Celeste – rumo ao Memorial Necrópole Ecumênica, para o sepultamento, reservado à família na tarde desta terça.
Para preservar o corpo de Pelé entre quinta-feira (29) – data da morte – até o dia do enterro, foi feito um procedimento chamado de tanatopraxia. Popularmente, o processo é conhecido como embalsamento.
17 anos
Dona Celeste tinha 17 anos em 23 de outubro de 1940 quando deu à luz o filho mais velho, que se tornaria para muitos o melhor jogador de futebol da história com 1.283 gols (nas contas dele) e o inédito feito de três Copas do Mundo conquistadas.
Casada com João Ramos do Nascimento aos 16 anos, ela teve depois Jair (‘Zoca’), que morreu em 2020 de câncer, a mesma doença que matou o ‘Rei’ na última quinta-feira, e Maria Lúcia, com quem mora em Santos. Dona Celeste sempre se dedicou a cuidar de seus três filhos. “Ela está bem, embora esteja em seu mundinho (…) consciente (de que seu filho) não está presente”, disse Maria Lúcia ao canal ESPN na sexta-feira.
Após a morte de Pelé aos 82 anos, muitos ficaram surpresos ao saber que sua mãe estava viva e que o cortejo com o corpo em Santos, onde o ex-atacante construiu grande parte de sua lendária carreira, passará em frente à casa de Dona Celeste antes de dirigir-se ao cemitério, onde será sepultado.
“Existimos por causa dele”
O enterro dará fim oficialmente a três dias de luto no Brasil, que deve três de suas cinco Copas do Mundo ao eterno camisa 10, que marcou 1283 gols em 21 anos de carreira jogando pelo Santos, New York Cosmos e Seleção Brasileira. “Foi o maior brasileiro da história, nós existimos por causa dele. O maior jogador da história, o amor por este time (Santos) é por causa dele”, disse contendo as lágrimas o comunicador Paulo José Ribeiro, de 21 anos.
O torcedor santista esperou por duas horas na fila na segunda-feira ao lado dos amigos para se despedir do ídolo. Como milhares de pessoas, ele aguentou o forte calor para se despedir do rei. “Valeu a pena, nunca cheguei tão perto assim dele. Fica um vazio que a gente nunca vai conseguir suprir”, acrescentou.
Outras homenagens
“Emoção, um cara muito querido por Brasil, fez história”, disse Bruna Riveira, de 23 anos, ao sair do estádio.
Também estiveram presentes na Vila Belmiro familiares, ex-jogadores e dirigentes do futebol, como os presidentes da Fifa, Gianni Infantino; da Conmebol, Alejandro Domínguez; e da CBF, Ednaldo Rodrigues.
Infantino afirmou que a Fifa pedirá “a todas as federações no mundo inteiro, os 211 países, que batizem um estádio de cada país com o nome de Pelé, porque os jovens têm que saber e lembrar quem ele era”.
A proposta se soma a outras possíveis homenagens ao rei do futebol, como substituir três estrelas do escudo da Seleção por três corações, em referência à cidade onde Pelé nasceu (Três Corações, em Minas Gerais).