Domingo, 26 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 9 de janeiro de 2023
Mais de 300 criminosos foram presos pelas forças de segurança no início da noite desse domingo (8) após os atos de destruição em Brasília (DF), quando um grupo invadiu as sedes dos Três Poderes – Câmara dos Deputados, Senado, Supremo Tribunal Federal (STF) e Palácio do Planalto, durante atos antidemocráticos. O número foi confirmado pela Polícia Civil.
Já o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha falou em 400 mais cedo. “Venho informar que mais de 400 pessoas já foram presas e pagarão pelos crimes cometidos. Continuamos trabalhando para identificar todas as outras que participaram desses atos terroristas na tarde de hoje (domingo) no Distrito Federal. Seguimos trabalhando para que a ordem se restabeleça”, tuitou.
Prisões
Quatro ônibus chegaram até a Polícia Civil de Brasília com os primeiros manifestantes presos e algemados que invadiram e depredaram os prédios públicos. Os próprios ônibus que transportavam os criminosos estavam também parcialmente depredados.
Ao chegar ao prédio da Polícia Civil, o grupo iniciou os trâmites burocráticos para dar andamento à prisão, quando começarão a serem ouvidos. Não se sabe ao certo quantas pessoas estavam dentro dos quatro ônibus, por isso, o número de presos pode ainda aumentar.
O grupo foi preso na região da Praça dos Três Poderes pela Polícia Militar com apoio do Exército, que foi chamado para ajudar a conter a invasão.
Imagens mostram uma fila de presos descendo a rampa do Palácio do Planalto com as mãos algemadas. Há uma semana o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) subiu a mesma rampa para tomar posse na Presidência, juntamente com o vice-presidente, Geraldo Alckmin.
Além da depredação do prédio – com vidros quebrados – também foram quebrados móveis e, de acordo com o analista de Política Gustavo Uribe, a escultura Bailarina, do artista brasileiro Victor Brecheret, e que ficava na Câmara dos Deputados, foi furtada. Um painel do pintor brasileiro Di Cavalcante foi esfaqueado.
O painel de votação da Câmara dos Deputados também foi destruído e o Salão Verde ficou alagado após princípio de incêndio no local. Além disso, presentes dados por autoridades estrangeiras foram roubadas.
Paulo Pimenta, ministro da Comunicação Social, mostrou em um vídeo a destruição de seu gabinete, como monitor de TV, obras de arte, equipamentos e computadores. “Uma coisa criminosa que foi feita aqui, e revoltante. Inacreditável o que os vândalos fizeram aqui”, descreve.
Os criminosos também derrubaram uma viatura da Polícia Legislativa Federal no espelho d’água do Congresso Nacional. Imagens do local mostram o carro com uma das rodas tombadas sobre a água, enquanto alguns participantes dos protestos tiram foto e apontam para o veículo tombado.
Investigação
Em entrevista, o ex-ministro da Defesa Aldo Rebelo disse que considera ter havido uma falha de inteligência que levou à eclosão dos atos antidemocráticos em Brasília neste domingo. “Nós sabemos que é possível acompanhar e controlar a vinda desses manifestantes até Brasília. Era possível saber as intenções desses manifestantes”, afirmou.
A inteligência “permite você padronizar a execução do controle de qualquer tipo de violência”, acrescentou o ex-ministro. Para ele, o que aconteceu nesse domingo foi “um ataque às instituições”.
O deputado Zeca Dirceu (PT-PR), líder do PT na Câmara dos Deputados, classificou os atos como golpistas e terroristas. O deputado também pediu investigação sobre o financiamento das manifestações. Ainda na entrevista, Zeca Dirceu defendeu que a polícia interrogue os participantes dos atos antidemocráticos antes que eles deixem Brasília e voltem para suas cidades de origem.
“Nossa sugestão é que nenhum ônibus saia de Brasília sem que o motorista seja interrogado e sem que se tenha acesso à lista de passageiros e, principalmente, quem pagou e quem organizou esse deslocamento até Brasília.”
Prejuízos
O Ministério da Gestão informou que vai levantar os prejuízos financeiros gerados pela ação criminosa de grupos em Brasília. Em nota, o ministério de Esther Dweck informa que vai trabalhar para o ressarcimento dos valores junto aos responsáveis.
“O Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos lamenta os atos antidemocráticos ocorridos nesse domingo na capital federal e informa que irá fazer um levantamento dos danos ao patrimônio público para buscar ressarcimento junto aos responsáveis”, informa a nota.