Segunda-feira, 28 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 14 de dezembro de 2018
A força-tarefa instituída pelo Ministério Público de Goiás para apurar as acusações de abuso sexual feitas contra o médium João Teixeira de Faria, o João de Deus, realizou atendimentos de seis países diferentes nesta sexta-feira (14), por meio de seus canais de denúncias. São relatos oriundos da Alemanha, Austrália, Bélgica, Bolívia, Estados Unidos e Suíça.
Desde o dia 10, quando foi criado o e-mail para recebimento de denúncias de vítimas, um total de 335 mensagens e contatos por telefone foram atendidos. O e-mail específico para essa finalidade é o denuncias@mpgo.mp.br. Os atendimentos são de denunciantes de Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Pernambuco, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Pará, Santa Catarina, Piauí e Maranhão.
Também já houve levantamento do número de depoimentos coletados em outros Estados. Ao todo, foram 30 colhidos pelos MPs de São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Espírito Santo.
Reunião
Além disso, o procurador-geral de Justiça de Goiás, Benedito Torres Neto, encontrou-se com o delegado-geral da Polícia Civil, André Fernandes, para aprimorar a integração da atuação do MP e da Polícia Civil no caso.
Outra novidade foi a entrada de dois novos nomes na força-tarefa. Um deles é a promotora Cristiane Marques de Sousa, titular da promotoria de Abadiânia, que foi convocada das férias para integrar o grupo. Benedito e André acertaram ainda a inclusão de uma delegada na força-tarefa criada pelo MP. O grupo era, até então, formado por cinco promotores e duas psicólogas da equipe do MP.
O procurador-geral de Justiça também encaminhou no dia 11 um ofício-circular aos procuradores-gerais de Justiça dos MPs estaduais e do Distrito Federal solicitando que sejam designadas unidades de atendimento para coleta de depoimentos de possíveis vítimas do médium.
Justiça
A Justiça de Goiás determinou, nesta sexta-feira (14), a prisão preventiva de João de Deus, suspeito de praticar abusos sexuais durante tratamentos espirituais, em Abadiânia, cidade goiana do entorno do Distrito Federal. A informação foi confirmada pelo secretário de Segurança Pública de Goiás, Irapuan Costa Júnior.
Na quarta-feira, o MP-GO (Ministério Público Estadual de Goiás) protocolou um pedido de prisão na promotoria de Abadiânia. No entanto, não se sabe se este é o pedido que originou a decisão.
Na manhã de quarta-feira, João de Deus compareceu à Casa Dom Inácio de Loyola, onde realiza os trabalhos espirituais, pela primeira vez desde que as denúncias vieram à tona. Durante os poucos minutos que ficou no local, ele disse que era inocente e que confiava na Justiça de Deus e dos homens.
“Meus queridos irmãos e minhas queridas irmãs, agradeço a Deus por estar aqui. Ainda sou irmão de Deus, mas quero cumprir a lei brasileira porque estou na mão da lei brasileira. João de Deus ainda está vivo. A paz de Deus esteja convosco”, diz João de Deus.
A assessora de imprensa do religioso, Edna Gomes, afirmou, após as declarações, que o médium era inocente, mas que as denúncias eram graves e deveriam ser apuradas.