Segunda-feira, 07 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 12 de dezembro de 2021
Entre janeiro e novembro deste ano, um levantamento realizado pela Funcex mostra que as exportações de produtos básicos alcançaram 51% do total
Foto: José Fernando Ogura/AENAs exportações brasileiras estão cada vez mais dependentes de itens como soja, minério de ferro e petróleo. Hoje, os produtos básicos já representam mais da metade da pauta de tudo o que o País vende para o exterior.
Entre janeiro e novembro deste ano, um levantamento realizado pela Funcex (Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior) mostra que as exportações de produtos básicos alcançaram 51% do total.
Desde 2010, pelo menos, essa classe de produtos não tinha uma relevância tão grande na pauta exportadora brasileira. Em 2020, por exemplo, os básicos encerraram o ano com uma fatia de 48%.
Em valores absolutos, as exportações totais brasileiras somam R$ 256 milhões nos 11 primeiros meses deste ano, enquanto as vendas de produtos básicos chegam a R$ 131,4 milhões, segundo a Funcex.
São dois os principais fatores que explicam a dominância de produtos básicos na pauta exportadora: o preço das commodities está em alta. Com a retomada da economia mundial depois de superada a pior fase da pandemia, as cotações dos produtos básicos dispararam, o que impulsionou o valor das exportações.
A indústria segue mostrando dificuldade em competir internacionalmente, fazendo com que os produtos manufaturados perdessem participação na pauta de exportação ao longo dos últimos anos.
Neste ano, o país contou com a ajuda dos preços internacionais das commodities em função do descasamento entre demanda e oferta mundial, o que contribuiu para aumentar a participação dos produtos básicos na exportação do Brasil”, diz Daiane Santos, economista da Funcex e responsável pelo levantamento.
No caso da indústria, o que segue emperrando a melhora das exportações é o chamado custo Brasil – velhos problemas que envolvem custo de logística, burocracia tributária, por exemplo, e tiram a competitividade do produto nacional na competição com outros países. Neste ano, a venda de produtos manufaturados representa apenas 21% do total.
“As exportações de manufaturados são prejudicadas pelo famoso custo Brasil”, afirma José Augusto de Castro, presidente da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil). “As reformas estruturantes são fundamentais para que o Brasil possa reduzir o custo de exportação.”