Domingo, 05 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 29 de junho de 2017
A Polícia Civil deflagrou, na manhã desta quinta-feira (29), uma megaoperação contra 96 policiais militares, 70 traficantes e outros criminosos suspeitos de integrarem um esquema de corrupção em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Mais de 50 PMs e 22 traficantes haviam sido presos até o início desta tarde.
Os policiais são acusados de receber propina de traficantes que rendia. A operação para prender os envolvidos, batizada de Calabar, contou com 800 agentes e 110 delegados, que deixaram a Cidade da Polícia, no Jacarezinho, às 5h. A ação é, segundo a polícia, a maior da história relativa a casos de corrupção envolvendo PMs e traficantes.
Os policiais presos responderão por organização criminosa e corrupção passiva. Já os bandidos responderão por tráfico, organização criminosa e corrupção ativa. O nome Calabar é uma referência a Domingos Fernandes Calabar, considerado o maior traidor da história do País.
Outra conclusão do inquérito é que todas as semanas, de quinta-feira a domingo, as viaturas do batalhão circulavam por ruas de São Gonçalo exclusivamente para recolher o “arrêgo” que, no jargão, é a quantia paga por criminosos a policiais para não atrapalhar os negócios de bandidos. O valor cobrado pelos PMs variava entre R$ 1,5 mil e R$ 2,5 mil para cada equipe de policiais que estava de plantão.
Agentes que investigaram o esquema estimam que a venda de favores e cobrança de dinheiro a traficantes rendesse, pelo menos, R$ 350 mil por semana aos PMs, que estavam no GAT (Grupamento de Ações Táticas), Patamo (Patrulha Tático Móvel), Serviço Reservado (P-2), do DPO (Destacamento de Policiamento Ostensivo) e Ocupação (uma espécie de “UPP” de São Gonçalo).