Desde o início de maio, a Polícia Penal, vinculada à SSPS (Secretaria de Sistemas Penal e Socioeducativo), tem disponibilizado a mão de obra de pessoas privadas de liberdade para prestar auxílio à população atingida pelas enchentes no Rio Grande do Sul.
Até o momento, mais de 600 apenados, de 47 estabelecimentos prisionais, foram mobilizados para limpeza das cidades e fabricação de itens como camas, rodos, berços e casas para cães, entre outras atividades.
De acordo com o secretário de Sistemas Penal e Socioeducativo, Luiz Henrique Viana, as ações irão durar o tempo que for necessário para a reconstrução do Estado. “Assim como ocorreu nas cheias do ano passado, a Polícia Penal, por meio dos seus servidores e apenados, está focada em auxiliar nas demandas que surgirem, atuando em prol das comunidades e com foco no suporte aos atingidos”, pontuou.
Devido à grande quantidade de doações recebidas no Estado, uma das frentes de trabalho dos apenados é na limpeza e no suporte ao descarregamento, à triagem, à organização e à distribuição de donativos, quando necessário.
Esse tipo de atividade, coordenada por servidores penitenciários, conta com o apoio de pessoas privadas de liberdade dos institutos penais de Montenegro, Canoas, Miguel Dario e Patronato Lima Drummond; das penitenciárias de Venâncio Aires e Guaíba; e dos presídios de Santa Cruz do Sul, Lajeado, Arroio do Meio, Encantado, Sobradinho e Candelária.
Outra forma de auxílio é na limpeza na limpeza de ruas e prédios públicos de cidades. Taquara, Igrejinha, Parobé, Canoas, Nova Prata, São Francisco de Paula, Três Coroas, Santa Cruz do Sul, Lajeado, Arroio do Meio, Encantado, Sobradinho e Candelária têm recebido o suporte de apenados.
Além disso, 20 pessoas privadas de liberdade estão trabalhando, através de termos de cooperação com a SSPS, na limpeza das sedes administrativas da Polícia Penal, da 10ª Delegacia Penitenciária Regional e do Grupo de Ações Especiais, todas localizadas em Porto Alegre e atingidas pela enchente, além do Centro Administrativo de Contingência, onde estão funcionando, temporariamente, as secretarias estaduais. Outras pessoas, que cumprem pena no Instituto Miguel Dario, no Patronato Lima Drummond e nas penitenciárias de Sapucaia do Sul e Arroio dos Ratos também atuam nesses locais.
Um dos itens mais demandados para a retirada do lodo dos espaços inundados é o rodo de madeira, ferramenta que facilita a limpeza de locais com grande concentração de lama. Atualmente, 11 estabelecimentos prisionais estão produzindo os rodos. Até o momento, 1,4 mil unidades já foram montadas por apenados.
Suporte à população em abrigos
Com o objetivo de proporcionar maior conforto e bem-estar às pessoas que estão em abrigos, apenados dos presídios de Iraí e Canela iniciaram a produção de camas de madeira. A meta é chegar a 235.
Parte delas já foi entregue a municípios atingidos. Em Canela, há ainda a confecção de berços para bebês. Inicialmente, 20 unidades serão fabricadas. Além disso, no Presídio de Jaguarão, sete mil fraldas foram produzidas para serem doadas em Pelotas, Jaguarão, Canoas, Arroio do Meio e Rio Grande.
O cuidado com os animais atingidos pelas enchentes também é um dos focos do trabalho realizado por pessoas privadas de liberdade. Nas penitenciárias de Canoas I, Ijuí, Osório e Caxias do Sul e nos presídios de Sarandi e Arroio do Meio, ocorre a produção de casinhas para cães, que são doadas a abrigos. Até o momento, 122 unidades foram construídas.
Além disso, em Osório, os apenados produzem caminhas para os animais com o tecido de roupas doadas que não estão em condições de uso. Os 50 itens confeccionados foram destinados a abrigos em Tramandaí e Porto Alegre. Na Penitenciária Estadual de Porto Alegre, também há pessoas privadas de liberdade produzindo camas e roupas para pets que serão entregues a desabrigados. A previsão é que mais 50 unidades sejam doadas.