Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 28 de agosto de 2022
Em relação às polícias, a que mais apoia a democracia e a posse dos eleitos são a Federal e a Científica.
Foto: PF/DivulgaçãoPesquisa feita pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostra que 80,9% dos policiais de todo o País concordam que o vencedor das eleições declarado pela Justiça Eleitoral deve tomar posse em janeiro de 2023. Divulgado no sábado (27), o trabalho ouviu 5.058 policiais civis, militares, federais, penais, guardas municipais e bombeiros militares em todos os Estados e no Distrito Federal. E mostra que a adesão dos policiais à democracia atinge 84%, que responderam preferi-la ante a qualquer outra forma de governo.
“Esse resultado surpreende pela intensidade da adesão à legalidade democrática”, afirmou o ex-secretário nacional de Segurança Pública, coronel José Vicente da Silva Filho. “Há uma enorme simpatia por Bolsonaro, principalmente nas PMs, mas isso não significa adesão a qualquer ideia de ruptura institucional.”
Em relação às polícias, a que mais apoia a democracia e a posse dos eleitos são a Federal e a Científica, com índices próximos de 65% de total concordância em ambos os casos. A adesão menor, simbolizada aqui pelo apoio em parte ao enunciado das duas perguntas, está na Polícia Penal (11% em relação à democracia e 18% sobre a posse dos eleitos) e nas Polícias e nos Corpos de Bombeiros Militares (10% e 17%, respectivamente).
Os dados da pesquisa sugerem afastamento da possibilidade de corpos policiais serem mobilizados por alguma força política que queira questionar o resultado das urnas eletrônicas, a exemplo do que fez o presidente ao condicionar o reconhecimento de eventual derrota ao que ele chamou de eleições “limpas e transparentes”.
Na semana passada, integrantes do Conselho Nacional de Comandantes-Gerais das Polícias e Corpo de Bombeiros Militares estiveram reunidos com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, para discutir a segurança nas eleições. O presidente do órgão, coronel Paulo Coutinho, afirmou ao Estadão que não há hipótese de as polícias se unirem em uma ofensiva contra o sistema democrático. Afirmou ainda que seja qual for o resultado das urnas, ele será respeitado. Segundo ele, não há risco de quebra da hierarquia ou disciplina.
Direitos humanos
Em outra pergunta, apenas 26,7% dos policiais concordaram com a afirmação de que a sociedade seria mais segura se todos os cidadãos pudessem andar armados. Ao mesmo tempo, 74,9% dos policiais concordaram ou concordaram totalmente com a afirmação de que o respeito aos direitos humanos é essencial para a democracia. A maioria (52,7%) concordou ainda ser importante para a democracia que os tribunais sejam capazes de impedir o governo de agir além de sua autoridade.