Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 13 de junho de 2020
A maioria dos óbitos (42) é de profissionais da enfermagem, seguidos pelos médicos (18)
Foto: Marília Bissigo/Divulgação SESNa linha de frente do combate ao coronavírus, os profissionais da saúde também estão entre os afetados pela pandemia. Segundo o Ministério da Saúde, já foram coletados e analisados 432.668 testes desses agentes, entre 1º de março e 1º de junho, dos quais 83.118 deram positivo. Destes, 169 (19,21%) morreram por causa da Covid-19, informou a pasta.
A maioria dos óbitos (42) é de profissionais da enfermagem, seguidos pelos médicos (18). A doença também levou à morte farmacêuticos e bioquímicos (6 no total), nutricionistas (6), cirurgiões dentistas (5), fisioterapeutas (2) e psicólogos ou psicanalistas (2 no total). Há outros 88 profissionais da saúde cuja categoria não foi informada.
Mayra Pinheiro, secretária do Trabalho e da Educação na Saúde, destacou, porém, que esse número de mortos “não pode ser encarado como um dado fidedigno” do contingente de profissionais da saúde no país, que, segundo ela, são 6 milhões entre 14 categorias – só de médicos são mais 400 mil e 1,2 milhão de enfermeiros. Ela ressaltou também que pode ter profissionais testados que não informaram sobre os testes.
Há pouco mais de um mês, em 14 de maio, o Ministério havia informado que quase 200 mil agentes de saúde já apresentavam sintomas da doença desde o início da pandemia. Questionada sobre o aumento do número de profissionais infectados (mais do que o dobro), Mayra disse que, na realidade, o que houve foi aumento de notificação. “Estamos tendo mais notificação. Necessariamente, eu não posso afirmar que o número dobrou. Nós começamos a fazer o acompanhamento e aí passamos a receber mais notificações”, justificou ela.
Para tentar minimizar esse impacto, a secretária disse que o Ministério tem tido o cuidado de intensificar a oferta de equipamentos de proteção individual, bem como a realização de cursos para que os agentes de saúde sejam bem instruídos para o uso dos aparelhos.
Mayra afirmou que boa parte dos testes rápidos que foram doados ao Ministério é destinada ao acompanhamento dos profissionais da saúde. “Quando testa, tem a possibilidade de afastar esses profissionais e, na testagem, saber se ele tem anticorpos e se pode voltar às atividades”, afirmou.
Segundo ela, já esperando que essa categoria fosse afetada pela alta exposição ao novo coronavírus, a pasta se antecipou em criar um banco de dados com agentes de saúde que estariam dispostos a atuar na pandemia. Ela disse, ainda, que as secretarias vêm insistindo, junto às secretarias estaduais e municipais, para que haja o maior número de testagens entre os profissionais da saúde.