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Mais de um bilhão de pessoas vivem com obesidade no mundo, aponta relatório global

O Brasil ocupou o 54º lugar na classificação geral de obesidade em crianças e adolescentes em 2022. (Foto: Reprodução)

Ao longo dos últimos 30 anos, as taxas de obesidade entre crianças e adolescentes em todo o mundo aumentaram quatro vezes, enquanto os números dos adultos mais do que dobraram. O relatório também mostra que 43% dos adultos estavam acima do peso em 2022.

Os dados são de uma análise global conduzida pela NCD Risk Factor Collaboration (NCD-RisC), em colaboração com a Organização Mundial da Saúde (OMS), publicada na revista científica “The Lancet”.

O relatório reuniu informações de 3.663 estudos de base populacional com 222 milhões de participantes em 200 países e territórios, e teve contribuição de mais de 1.500 pesquisadores.

Segundo o documento, 159 milhões de crianças e adolescentes e 879 milhões de adultos viviam com obesidade em 2022, somando mais de um bilhão de pessoas afetadas pela obesidade. Ou seja, uma em cada oito pessoas vive com obesidade no planeta.

A análise também trouxe taxas de baixo peso entre os anos pesquisados. A proporção de crianças e adolescentes afetados pelo baixo peso caiu cerca de um quinto em meninas e mais de um terço em meninos. Em adultos, a proporção caiu mais da metade.

O Brasil ocupou o 54º lugar na classificação geral de obesidade em crianças e adolescentes em 2022. A taxa aumentou de 3,1% em 1990 para 14,3% em 2022 para meninas e 3,1% para 17,1% para meninos no mesmo recorte de tempo. Na classificação geral, o Brasil ocupou o 70º lugar na classificação geral de obesidade em mulheres. A taxa de obesidade aumentou de 11,9% em 1990 para 32,6% em 2022.

“É muito preocupante que a epidemia de obesidade que era evidente entre adultos em grande parte do mundo em 1990 agora se espelhe em crianças e adolescentes em idade escolar. Para combater com sucesso ambas as formas de desnutrição, é vital que melhoremos significativamente a disponibilidade e a acessibilidade de alimentos saudáveis e nutritivos”, alertou o professor Majid Ezzati, autor sênior do estudo.

Tedros Adhanom, diretor-geral da OMS, ressaltou que governos, indústrias e comunidades precisam trabalhar juntos para combater a obesidade.

“Este novo estudo destaca a importância de prevenir e controlar a obesidade desde o início da vida até a idade adulta, por meio de dieta, atividade física e cuidados adequados, conforme necessário. Voltar aos trilhos para cumprir as metas globais para conter a obesidade exigirá o trabalho de governos e comunidades, apoiado por políticas baseadas em evidências da OMS e agências nacionais de saúde pública”, disse.

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