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Mais um domingo de protestos violentos em Hong Kong

Protestos em Hong Kong se intensificam. (Foto: Reprodução)

No vigésimo segundo fim de semana consecutivo de protestos anti-China e pró-democracia em Hong Kong , manifestantes lotaram shopping centers em confrontos com a polícia neste domingo, um dia após partes da cidade governada pela China tornar-se um campo de batalha, com a polícia respondendo a bombas de gasolina com gás lacrimogêneo e canhões de água. A chefe do Executivo, Carrie Lam , terá uma reunião na próxima quarta, em Pequim , com o vice-primeiro ministro da China, Han Zheng. Desde o início dos protestos, há cinco meses, esse será o primeiro encontro dos dois.

Uma cadeia humana no sofisticado shopping da ilha de Hong Kong em Cityplaza, em Taikoo Shing, se transformou em cenário de um conflito sangrento. Manifestantes ficaram cara a cara com a polícia, subindo e descendo escadas rolantes onde famílias com crianças pequenas estavam vendo vitrines minutos antes. Várias pessoas ficaram feridas. Um homem foi espancado com pedaços de pau por manifestantes.

. A entrada da sede da agência de notícias chinesa Xinhua foi vandalizada, assim como estações de metrô. A prática dos manifestantes mais uma vez mostra que “interromper a violência e restaurar a ordem” é a tarefa mais importante e urgente de Hong Kong atualmente, disse um porta-voz da Xinhua em um post no Facebook.

A polícia disparou gás lacrimogêneo, balas de borracha e canhões de água, entre outros recursos, contra manifestantes no sábado e no domingo, quando a violência se espalhou pela ilha de Hong Kong. Os protestos, que já duram cinco meses, começaram em junho, como resposta a um projeto de lei sobre extradição. Apesar de o governo local ter voltado atrás, as manifestações seguiram.

O ativista Joshua Wong , um dos líderes dos protestos em Hong Kong, anunciou na última semana que o governo bloqueou sua eventual candidatura às próximas eleições locais. Segundo Wong, a alegação foi a de que ele não apresenta os requisitos básicos. O veto incitou ainda mais os manifestantes.

Começo das manifestações

As manifestações tiveram início em junho em resposta a um projeto de lei apresentado em abril que previa que pessoas acusadas de crimes contra a China continental poderiam ser extraditadas da Região Administrativa Especial de Hong Kong. Críticos do projeto disseram que os extraditados poderiam ter um julgamento injusto e ser tratados com violência na China e que isso poderia colocar ativistas e jornalistas em risco. Também argumentaram que daria à China mais controle sobre o território.

Hong Kong é uma ex-colônia britânica e, hoje, faz parte da China sob um acordo conhecido como “um país, dois sistemas”, que garante um certo nível de autonomia, como ter seu próprio Judiciário e um sistema legal separado da China continental. Direitos como liberdade de reunião e liberdade de expressão são protegidos. A cidade é atualmente um dos poucos lugares do território chinês onde as pessoas podem recordar publicamente a repressão a manifestantes na Praça Tiananmen, em Pequim, em 1989.

O projeto de lei que deu origem às manifestações foi suspenso em julho, mas os manifestantes não ficaram satisfeitos e exigem que ele seja cancelado por completo. Os protestos evoluíram desde então para um movimento pró-democracia, alimentado por temores de que as liberdades de que Hong Kong desfruta em relação ao governo central chinês estejam sendo destruídas.

Os manifestantes agora também exigem que os protestos de 12 de junho não sejam descritos por autoridades como “distúrbios”, anistia para todos os manifestantes presos, um inquérito independente sobre as acusações de brutalidade policial e sufrágio universal para as eleições do chefe do Executivo e do Conselho Legislativo da região. Alguns também querem a renúncia de Carrie Lam, que eles vêem como uma “marionete de Pequim”.

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