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Mais um espetáculo circense

Considerado “metódico” e “organizado” pelos colegas, Motta caiu nas graças de Lira (PP-AL) pelo perfil visto como agregador. (Foto: Alex Ferreira/Agência Câmara)

Jorge Bastos Moreno

Depois de Eduardo Cunha, foi a vez agora de o presidente da CPI da Petrobras, Hugo Motta, pôr em dúvida a credibilidade de respeitadas instituições hospitalares paulistas. Cunha chegou a mandar uma força-tarefa de médicos ao Sírio-Libanês para checar se a internação do então ministro Cid Gomes era verdadeira ou pretexto para adiar seu depoimento no plenário. Os médicos botaram os enviados de Cunha para correr. Agora, Motta questionou o atestado de óbito do Incor sobre a morte de José Janene, solicitando a exumação do cadáver, sob a alegação de que o caixão com o corpo do deputado fora lacrado e enterrado sem que a própria família tivesse visto o morto. Diante da reação da família, que o desmentiu, Motta foi obrigado a recuar. Só que deixou mais uma – a outra foi no depoimento do próprio Cunha – preocupante amostragem de como e por quem é comandada a mais importante CPI do Congresso Nacional.

Imperial

Ao ver o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), descascar publicamente e sem dó o correligionário Marcelo Castro, relator do projeto de reforma política, um veterano do Congresso concluiu: “Esse já entrou na fase Antônio Carlos Magalhães: não poupa nem os dele”.

Aí tem

Em fase “light” e “propositiva”, o senador José Serra avisou a quem quis ouvir, na bancada do PSDB, que votaria a favor da indicação de Luiz Fachin para o Supremo Tribunal Federal. Esse foi considerado um gesto de grande desprendimento do senador, não exatamente conhecido por esquecer o que lhe fazem. Afinal, no famoso vídeo de 2010, Fachin aparece pedindo votos para Dilma Rousseff derrotar José Serra.

Álibi

Aliás, após reunião da cúpula tucana para discutir votação de Fachin, Serra foi salvo de abordagens de jornalistas pela forte gripe. “Sai, não chega perto de mim! Tem uma nuvem venenosa ao meu redor.”

Estresse

O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima deve deixar a força-tarefa da Operação Lava-Jato e voltar para São Paulo, em setembro. Um dos principais investigadores das fraudes em contratos de empreiteiras com a Petrobras, principalmente por ter costurado os principais acordos de delação premiada, Carlos Fernando entende que está chegando o momento de sair da linha de frente. O procurador decidiu que precisa de tempo para cuidar da saúde. A rotina das investigações tem sido estressante.

Empolgação

Na cerimônia de sanção do novo marco legal da biodiversidade, Dilma deu uma doce estocada em Izabella Teixeira. A ministra, que tinha chegado naquela manhã de Berlim, estava para lá de animada em seu discurso. Fez brincadeiras, contou bastidores da negociação da lei e, ao fazer uma dessas inconfidências, disse que a presidente não gosta de que bastidores sejam revelados, mas ia contar mesmo assim. Quando chegou a sua vez de discursar, a presidente, com um sorriso nos lábios, falou: “Queria saudar a Izabella Teixeira, nossa ministra do Meio Ambiente, que chegou muito alegre de Berlim”.

Tentativa de acordo

Segunda haverá reunião de Eduardo Cunha com PSDB e PT para tentar salvar a reforma política. Os rivais estão juntos contra o distritão, ponto do qual Cunha parece não abrir mão.

Vacas magras

Na terça-feira, enquanto Câmara e Senado se preparavam para encarar mais alguns filés do pacote de ajuste fiscal, representantes do grupo JBS circulavam pelos corredores com relatos indigestos sobre a queda nas vendas do setor frigorífico.

Ganha e esculacha

Na cruzada contra Fachin, Renan Calheiros se comparou várias vezes a Floriano Peixoto, que derrubou cinco indicações ao STF em 1894. Durante a votação, na qual Renan foi derrotado, tudo que seus amigos Eunício Oliveira e Romero Jucá fizeram foi evitar posar de “Renan boys”. Ambos são candidatos à presidência do Senado. Depois da votação, Fachin ainda ligou para Renan e o agradeceu pela “isenção”.

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