Uma jovem de 23 anos denunciou à Polícia Civil de Goiás que também foi vítima do personal trainer Bruno Fidelis, suspeito de importunação sexual contra uma aluna. A jovem disse que Bruno, durante a avaliação física, tirou parte do biquíni dela para ver sua parte íntima. O relato é semelhante à denúncia da primeira vítima.
“Na hora a gente fica sem reação. Eu coloquei as minhas mãos sobre os seios, tampei e perguntei se ele tava ficando louco […]. Não é porque a gente estava de biquíni que pode ser violado nosso corpo sem autorização”, disse a jovem.
Na última terça-feira (21), Bruno foi preso, mas a Justiça determinou sua soltura no mesmo dia. Segundo o delegado Alex Miller, neste mês, uma vítima de 22 anos informou que estava de biquíni para serem feitas medições e fotografias e, quando o personal foi fazer uma medição, teria passado a acariciar os seios dela por debaixo do biquíni e tentado beijá-la.
Já a nova vítima contou que o crime aconteceu com ela em 2023, mas tomou coragem para denunciar após o relato da vítima de 22 anos. O delegado Alex Miller confirmou que a nova vítima registrou um boletim de ocorrência denunciando o caso.
A defesa do personal afirmou em nota (veja íntegra ao final da reportagem), após a divulgação do primeiro caso, que demonstrará “improcedência das denúncias” e negou ter havido “conotação de ameaça, coação ou constrangimento” nas conversas que o suspeito teve por aplicativo de mensagens com a vítima. Nesta sexta-feira (24), após a nova denúncia, a defesa informou que ainda não teve acesso a todas as provas reunidas em delegacia e, por isso, aguardará a intimação para prestar os devidos esclarecimentos.
Contato com a vítima
Após tocar no corpo da mulher de 23 anos, a segunda vítima a falar do assédio, Bruno mandou uma mensagem perguntando se ela contratou um novo profissional.
A jovem respondeu, então, que decidiu parar de ter os acompanhamentos do personal porque não achou certa a atitude dele durante a avaliação física. Em seguida, ele pediu para conversar com ela porque, segundo ele, “é um cara legal”.
A jovem retrucou: “Não houve nenhum mal-entendido, até porque eu nunca te dei brecha pra achar que tinha liberdade comigo, o que você fez, não sei se sabe, mas se chama assédio, o que eu quero é distância”.
Bruno respondeu: “Não concordo com suas palavras. Mas ok, quer distância? Eu respeito!”.
Primeira denúncia
O primeiro caso de assédio a vir à tona envolvendo o personal aconteceu nessa terça-feira (21). Segundo o delegado Alex Miller, a vítima de 22 anos disse que Bruno acariciou os seios dela por baixo do biquíni e que tentou beijá-la.
“Ela não gostou daquela situação e saiu do local onde era feita a avaliação. Passado um tempo, ele ficou mandando mensagem para ela tentando se desculpar”, descreveu o delegado.
Miller contou que a vítima fazia acompanhamento com o personal havia 40 dias. A polícia ainda acrescentou que o suspeito disse que “revisou as medições do corpo da aluna, mas que não teve intuito de tirar proveito sexual e que foi um mal-entendido por parte dela”.
Em um trecho das conversas divulgadas pela PM, a vítima desabafou sobre ter confiado em Bruno e falou sobre ele ter pegado em seus seios e ter tentado beijá-la. Logo em seguida, o personal pediu para falar com ela, que respondeu dizendo a ele que não a procurasse mais.