Quarta-feira, 27 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 7 de dezembro de 2018
A deputada eleita Joice Hasselmann (PSL-SP) chamou nesta sexta-feira (7) seu correligionário, o eleito Major Olímpio (SP), de “aproveitador” e disse que o parlamentar “mente descaradamente”. “@majorolimpio diz a @folha que eu teria vazado os WhatsApps da discussão no PSL. Major mente descaradamente. Até agora só interessou a ele tudo isso. É um aproveitador q usou uma discussão política para vingança pessoal. Esse é o Olímpio. Não sou mulher de malandro. Bateu, levou”, afirmou.
As publicações, feitas em redes sociais, são mais um capítulo da briga entre os parlamentares eleitos do PSL. Na manhã de sexta, Olímpio afirmou que foi a deputada eleita que teria vazado a discussão entre os dois no grupo da bancada eleita.
“Não tenho dúvida. Alguém tem?”, indagou aos jornalistas durante evento. Ele afirmou ainda que Joice está isolada no partido. “A bancada do PSL não está em conflito. Não há conflito de todos contra um, é só um se adequar”, disse. Joice reagiu, afirmando que o presidente do diretório estadual paulista do PSL é truculento.
“Ele comanda o partido com truculência, aos gritos, com ameadas aos desafetos. Expulsou pessoas, tentou me expulsar, colocou os ‘seus’ nos diretórios e excluiu gente que deu a vida na campanha”, escreveu a deputada.
As desavenças entre Olímpio e Joice vêm desde a campanha, em que ela apoiou o candidato do PSDB ao governo do estado, João Doria, enquanto Olímpio declarou voto em Márcio França (PSB).
Além disso, os dois já haviam se desentendido porque Joice teria supostamente se lançado candidata ao governo pelo partido sem o aval do presidente do diretório. Ela nega e diz que a pré-candidatura, que não se concretizou, foi ideia de um grupo de filiados, e não sua.
As brigas no grupo de WhatsApp do PSL motivaram o presidente eleito, Jair Bolsonaro, a convocar uma reunião com os parlamentares de seu partido para a próxima quarta-feira (12). O objetivo é tentar apaziguar as tensões.
“Ordem”
Ao tomarem conhecimento da briga interna na bancada do PSL, generais e ministros que ocuparão pastas no governo Jair Bolsonaro querem pedir ao futuro presidente que coloque “ordem” entre os aliados, temendo problemas com projetos como a reforma da Previdência. “Se não tiver habilidade política, não adianta fazer reuniões que a gente não vai aprovar nada”, disse um futuro ministro palaciano.
Um cacique da Câmara dos Deputados avalia que, já que aliados de Bolsonaro e o próprio filho Eduardo já admitiram, nas mensagens, que participam de articulações no xadrez da sucessão, o presidente eleito deveria “enquadrar” o grupo se quiser ajuda para aprovar a reforma. “Agora, se ele não colocar ordem no próprio quintal, fica difícil”, disse à reportagem um deputado do centrão, que apoia Maia na disputa.