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Mandetta não é mais o solista do governo

Equipamento do acervo do Museu gaúcho será emprestado para reprodução em São Paulo. (Foto: Reprodução)

Depois de dizer, no sábado, que “os meios de comunicação são sórdidos”, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, recebeu dois repúdios. Primeiro, dos profissionais atingidos e de suas entidades representativas. Ontem, foi a vez do governo, que cortou as asas de Sua Excelência.

Mudança de endereço

A entrevista diária para apresentação do relatório sobre a pandemia passou do Ministério da Saúde para o Palácio do Planalto e deixou de ter Mandetta como  estrela. Um grupo de ministros, bem mais equilibrado, passa a participar do encontro. Demonstraram entender o que é a angústia e a incerteza da população. O ex-solista foi a quinto a falar.

Salvo na hora agá

Durante a entrevista, quando perguntaram a Mandetta se ele seria demitido, o chefe da Casa Civil, Walter Souza Braga Netto, antecipou-se, puxando o microfone para si: “Vou deixar claro que não existe essa ideia de demissão do ministro. Isso aí está fora de cogitação no momento, está certo? Não existe”.

Tirá-lo agora seria criar uma situação mais perigosa ainda.

Ficou claro

Criticar a Imprensa é exclusividade do chefe. Mandetta quis seguir a trilha e levou, como aprendiz, régua nos dedos. Para completar, ontem pediu desculpas pelo ataque.

Jogo da contradição

O comportamento de Mandetta lembra episódio ocorrido durante a grande crise provocada pela quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque em 1929. O presidente dos Estados Unidos era Herbert Hoover, que se reunia com a equipe econômica para definir uma saída. Quando se convencia de que a exposição de um assessor tinha fundamento e o rumo apontado era o mais correto, surgia outro integrante para pedir a palavra: “Por outro lado, presidente…” Derrubava os argumentos e deixava Hoover mergulhado em dúvida.

Na gangorra

Ao fazer declaração num dia e pôr o que disse em dúvida no seguinte, Mandetta repete a tática dos assessores de Hoover. Sempre tem um “por outro lado…”

Só traz prejuízos

A Organização Mundial de Saúde diz que é preciso lutar não só contra a pandemia, mas combater a “infodemia”, a doença das notícias falsas.

Vivemos um surto de desinformação, provocado por hordas que querem tumultuar. Veículo confiável de informação tem nome, endereço, registro legal e diretores responsáveis no expediente.

Fogueira das incertezas

Além da perda de vidas, um vírus levou a economia mundial do esplendor à perdição. Pior é não saber até quando o mundo enfrentará fortes doses de dissabores e frustrações.

Situação de emergência

O setor técnico da Assembleia Legislativa encerra hoje a instalação de equipamentos em computadores dos gabinetes, celulares e tablets, que permitirão aos deputados votarem projetos, quinta-feira, sem estarem  presentes no plenário.

Nunca deixaram a estratosfera

Desde abril de 1985, quando foi instalado pela primeira vez, o Comitê Interministerial de Acompanhamento da Execução dos Orçamentos Públicos não foi adiante. Em diferentes governos, a composição sempre se restringiu a tecnocratas. Nunca tiveram por objetivo tornar os dados acessíveis, senão que aos iniciados em finanças, como se o dinheiro nascesse em árvores e não saísse do bolso de cada brasileiro. São contribuintes sem direito a saber sobre os caminhos e descaminhos do que pagam.

Afinados

Há uma corrente no PTB defendendo que não deva ser lançado candidato próprio à Prefeitura de Porto Alegre. Acham mais conveniente apoiar a reeleição de Nelson Marchezan Júnior. Os argumentos: 1º) os trabalhistas estão de forma integral ao lado do Executivo; 2º) ocupam muitos cargos e dispõem do poder de decisão na gestão. Isso ajudará no fortalecimento da bancada na Câmara Municipal.

Sem garantia

A entrada de José Fortunati no PTB, ontem, não significa que concorrerá a prefeito. Se o grupo pró-Marchezan vencer na convenção, o ex-prefeito poderá concorrer a vereador.

Volta à ativa

O Museu de História da Medicina do Rio Grande do Sul não serve apenas para dar a oportunidade de contemplar o que foi usado em outras décadas. Ontem, emprestou à Sociedade de Anestesiologia um antigo equipamento de ventilação mecânica, fabricado em 1950. Será reproduzido em impressora 3D e atenderá à demanda gerada pela pandemia do novo coronavírus.

É preciso frear logo

Em meio à crise, pescadores de águas turvas desenferrujam suas velhas e abomináveis maquininhas de remarcar preços.

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