Nessa terça-feira, Porto Alegre esteve no mapa das manifestações convocada por entidades sindicais e estudantis em defesa da autonomia das universidades públicas e contra o contingenciamento de recursos da educação e a reforma da Previdência. Desde o início da tarde, alunos, professores e servidores foram às ruas da capital gaúcha, em uma mobilização que chegou a alterar o trânsito de veículos.
Um dos primeiros pontos de concentração foi a Praça da Matriz, em frente ao Palácio Piratini e ao lado da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, no Centro Histórico. Partindo de locais como o campus central da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), os grupos se encontraram ali, com faixas, cartazes, bandeiras, camisetas e palavras-de-ordem, antes de seguir para um ato publico na Esquina Democrática, por volta das 18h.
Os deslocamentos eram acompanhados de perto por viaturas da BM (Brigada Militar) e agentes da EPTC (Empresa Pública de Transporte e Circulação), a fim de orientar o trânsito de veículos, sobretudo em cruzamentos com alta movimentação de veículos. Uma das vias monitoradas foi a avenida Salgado Filho, percorrida em passeata por aproximadamente 200 pessoas quando os relógios marcavam 16h30min.
O mesmo aconteceu por volta das 17h30min, quando centenas de pessoas que estavam na Praça da Matriz seguiram um carro de som até a Rua da Praia, pela Riachuelo e Borges de Medeiros, exigindo a atuação de brigadianos e “azuizinhos” nos semáforos das imediações, a fim de orientar motoqueiros e motoristas – que se dividiam em reações de apoio e de crítica ao movimento. Alguns dos participantes ostentavam mensagens ao presidente Jair Bolsonaro e ao Ministério da Educação.
Congestionamento
Normalmente atribulado nos fins de tarde, o trânsito nas vias de entrada e saída do Centro Histórico voltou a sofrer congestionamentos nessa noite de frio na capital gaúcha. Por volta das 20h ainda eram registrados bloqueios que tornavam mais lenta – ou mesmo paralisada – a circulação de veículos.
Em avenidas de grande fluxo, tais como Júlio de Castilhos, Borges de Medeiros, Joao Pessoa e Osvaldo Aranha, passageiros do transporte coletivo enfrentaram atrasos nos itinerários ou mesmo desvios de linhas de ônibus e lotação. A situação só voltou ao normal após as 21h.
Sem aulas
De acordo com a Seduc (Secretaria de Estadual de Educação), ao menos 40 instituições de ensino da rede mantida pelo governo gaúcho na Capital ou Interior decidiram aderir parcial ou totalmente ao protesto dessa terça-feira. Em algumas delas as aulas foram suspensas ao longo do dia.
Foi o que aconteceu, por exemplo, no Colégio Júlio de Castilhos (bairro Santana), tradicionalmente um dos principais pontos de contestação estudantil de Porto Alegre. Na UFRGS também houve paralisação de atividades, mas alunos, educadores e funcionários se reuniram no campus central e outras instalações da universidade antes de seguir até o protesto no Centro Histórico.
Segundo Vitória Cabreira, presidente da Umespa (União Metropolitana dos Estudantes Secundários de Porto Alegre), o Ministério da Educação foi a pasta que mais sofreu cortes no governo de Jair Bolsonaro: “Só nesse ano já foram retirados mais de R$ 6,2 bilhões, o que corresponde a 25% do orçamento total da pasta. Ainda na última semana, mais um ataque foi deferido contra a educação com um bloqueio de R$ 348 milhões para compra de livros para as escolas”.
https://www.osul.com.br/manifestacao-em-defesa-do-ensino-publico-causou-alteracoes-no-transito-da-area-central-de-porto-alegre-na-noite-dessa-segunda-feira/Manifestação em defesa do ensino público causou alterações no trânsito da área central de Porto Alegre na noite dessa terça-feira2019-08-13