Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Marcelo Warth | 8 de janeiro de 2023
Os manifestantes radicais invadiram as sedes dos Três Poderes da República: Executivo, Legislativo e Judiciário
Foto: Reprodução de TVManifestantes apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) furaram um bloqueio policial, na tarde desse domingo (8), na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, e invadiram as sedes dos Três Poderes.
Durante um ato contra o resultado da eleição presidencial, uma multidão subiu a rampa do Congresso Nacional. Os radicais quebraram os vidros da sede do Poder Legislativo, que está em recesso, e conseguiram invadir o Congresso.
Depois, um grupo de manifestantes invadiu o STF (Supremo Tribunal Federal). Eles quebraram vidros e móveis. Após a invasão do STF, os vândalos também ocuparam o Palácio do Planalto e depredaram a sede do Poder Executivo.
Vestidos de verde e amarelo e carregando bandeiras do Brasil, os radicais não aceitam a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que assumiu a Presidência da República no dia 1º deste mês. Durante as invasões, Lula estava em Araraquara, município atingido por fortes chuvas no interior de São Paulo.
Os policiais militares e agentes da Força Nacional de Segurança tentaram conter os manifestantes com bombas de efeito moral e spray de pimenta. Muitos radicais carregavam pedaços de paus e pedras. Durante o tumulto, um veículo da Força Nacional caiu no espelho d’água do Congresso.
Ao longo da tarde desse domingo, as forças de segurança desocuparam os prédios invadidos. Além de danificados, os três locais tiveram objetos furtados. Mais de 300 prisões foram efetuadas.
“Essa absurda tentativa de impor a vontade pela força não vai prevalecer. O governo do Distrito Federal afirma que haverá reforços, e as forças de que dispomos estão agindo”, declarou o ministro da Justiça, Flávio Dino.
“Repudio veementemente esses atos antidemocráticos, que devem sofrer o rigor da lei com urgência”, disse o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.
A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, acusou o governo do Distrito Federal de omissão diante das ações dos radicais. “Governo do DF foi irresponsável frente à invasão de Brasília e do Congresso Nacional. É um crime anunciado contra a democracia, contra a vontade das urnas e por outros interesses. Governador e seu secretário de segurança, bolsonarista, são responsáveis pelo que acontecer”, declarou a deputada federal.
Força Nacional
No sábado (7), o ministro da Justiça autorizou o emprego da Força Nacional de Segurança na Esplanada dos Ministérios até esta segunda-feira (9).
A portaria foi publicada para “proteção da ordem pública e patrimônio público e privado”. No sábado, o governo do Distrito Federal também fechou o acesso à Esplanada.