Sexta-feira, 25 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 2 de janeiro de 2023
Vídeos publicados em redes sociais mostram que ainda há concentração de manifestantes nas portas dos quarteis em várias partes do Brasil.
Em Brasília (DF), enquanto ocorria a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), uma mulher presente no acampamento em frente ao quartel general do Exército prometia “resistir”: “A barraca do hotdog continua firme e forte, alimentando os esperançosos, todos patriotas que continuam aqui na luta”.
Em Campo Grande (MS), o protesto reforçava o apelo às Forças Armadas com faixas e carro de som. Em São Paulo, em frente ao quartel do exército da região do Ibirapuera, também continua a concentração de manifestantes, que dura pouco mais de dois meses. Faixas e bandeiras do Brasil são utilizadas nos atos.
Por outro lado, ainda no domingo, dia da posse de Lula, parte dos bolsonaristas acampados em frente ao QG do Exército em Brasília começou a se desmobilizar.
Cinco ônibus estacionaram nas proximidades do acampamento ao longo da manhã para levar embora manifestantes que estão há semanas no local.
Inconformados com a derrota eleitoral imposta ao ex-presidente Jair Bolsonaro, eles defenderam desde pouco depois do fim do segundo turno um golpe militar que impedisse a posse de Lula. No início da tarde de domingo, havia cerca de 200 pessoas no local.
De acordo com militares que acompanham a movimentação, um dos fatores que contribuiu para a desmobilização foi a viagem de Bolsonaro aos Estados Unidos na última sexta (30). O agora ex-presidente deve permanecer um mês nos EUA.
O fato de ter deixado o país em meio aos apelos de seus apoiadores por um ato que impedisse a posse de Lula virou motivo de crítica para alguns bolsonaristas, que se viram abandonados com o gesto.
Apoiadores do ex-presidente xingaram e o chamaram de covarde após a live de despedida. Parte deles acompanhou a transmissão em frente ao Palácio da Alvorada, a residência oficial, e deixou o local após o discurso.
Defesa
O novo ministro da Defesa, José Múcio, afirmou nessa segunda-feira (2) que acredita que os acampamentos de apoiadores de Jair Bolsonaro em frente aos quarteis generais vão se “esvair”. Bolsonaristas protestam desde outubro contra a derrota do ex-presidente para Lula nas eleições.
“Eu acho que aquilo vai se esvair. Na hora que o ex-presidente entregou seu cargo, saiu, o general Mourão fez um pronunciamento falando que todos voltassem aos seus lares”, declarou.
“Aquelas manifestações nos acampamentos, eu tenho parentes lá, é uma manifestação da democracia. A gente tem que entender que nem todos os adversários são inimigos.”