Quinta-feira, 23 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 9 de maio de 2015
A presidenta Dilma Rousseff foi recebida com vaias e um panelaço em sua chegada ao casamento do cardiologista Roberto Kalil Filho com a endocrinologista Claudia Cozer, na noite deste sábado (9), em São Paulo. Com panelas e apitos, um grupo de cerca de 25 manifestantes gritou palavras de ordem contra a presidente e seu partido. Foram ouvidos cantos como “Fora, PT” e “Dilma Ladra”.
A petista era uma das madrinhas do casamento –o cardiologista é médico de Dilma e de outros políticos, como o ex-presidente Lula. “Eu acho um despropósito, nesse momento de crise, a presidente participar de uma festa como essa”, disse o administrador Luiz Alberto, 51, que carregava uma panela e uma colher de pau.
Com o panelaço, moradores de prédios vizinhos e frequentadores de bares da região próxima ao bufê aderiram ao protesto –que começou com pouco mais de dez pessoas e chegou a reunir 30 manifestantes. O Leopolldo, onde se realizou o casamento, fica no Itaim, bairro de classe alta na zona oeste da capital paulista.
Um dos manifestantes, o empresário Eduan Pinheiro, 34, que se identificou como membro do movimento Acorda Brasil, disse que mais integrantes do grupo participavam da manifestação.
Com um cartaz na mão, com frases contra o apoio do governo brasileiro ao venezuelano Nicolás Maduro, a hoteleira Selene Salomão, 49, criticou a postura da presidente em não recriminar a prisão de líderes oposicionistas do país vizinho.
“Isso é um absurdo, o Brasil não merece esse governo federal”, dizia ela, que se disse membro do Movimento Brasil Livre.
Políticos da oposição também foram alvo dos manifestantes. O senador Aécio Neves (PSDB-MG) foi cobrado a ingressar com um pedido de impeachment contra Dilma. “Eu votei no senhor e o senhor está nos decepcionando”, gritou Adriano Cantelli, 33, funcionário de cartório.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), foi outro que ouviu, em sua chegada, gritos a favor do impeachment da presidente.
Além da presidente, nomes como o secretário da Saúde de São Paulo, David Uip, e o senador José Serra (PSDB-SP) foram padrinhos de Kalil e Claudia.
Também estiveram na cerimônia a senadora Marta Suplicy (sem partido-SP), o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo –como a presidente, os dois últimos ouviram vaias. (Folha)