Milhares protestam em Paris neste sábado (5) para denunciar a violência policial e os planos da política de segurança do presidente da França, Emmanuel Macron. Segundo os manifestantes, as mudanças prejudicariam as liberdades civis. Oito agentes da força de segurança ficaram feridos e 64 pessoas foram presas até o momento.
Os protestos surgiram após o governo apresentar um projeto de lei de segurança no Parlamento que visava aumentar suas ferramentas de vigilância. Um dos artigos do projeto prevê punição para a gravação e a divulgação de imagens de policiais em ação se feitas de maneira mal intencionada.
Críticos dizem que isso é subjetivo, já que muitos abusos da polícia só vêm a público porque há gravações que comprovam a brutalidade policial, como no caso do espancamento de um produtor negro em Paris, Michel Zecler.
Este é o segundo fim de semana consecutivo de protestos. Na semana passada, as manifestações ocorreram em mais de 70 cidades no país e houve confrontos violentos entre manifestantes e policiais.
Pelo Twitter, Gérald Darmanin, ministro do Interior da França, condenou os atos violentos neste sábado, que contou com a participação de 46 mil pessoas. O próprio ministro foi alvo de reivindicações, que pediam sua renúncia.
“Os bandidos quebram a República. Apoio aos nossos policiais e aos nossos gendarmes, mais uma vez atacados com muita violência. 64 prisões. Entre os feridos, oito [agentes da] forças de segurança. Sua coragem e sua honra impõem o respeito de todos”, escreveu Darmanin.
Protestos contra força policial
O protesto deste sábado começou com milhares de pessoas marchando pacificamente em Paris quando houve confrontos entre a polícia e grupos de manifestantes, a maioria vestida de preto e com o rosto coberto. Alguns usaram martelos para quebrar pedras de pavimentação.
Manifestantes encapuzados lançaram projéteis contra a tropa de choque, quebraram vitrines, incendiaram carros e queimaram barricadas durante a manifestação contra a violência policial.
A polícia respondeu com rajadas de gás lacrimogêneo.
Os manifestantes marcharam pela capital francesa sob a estreita vigilância da polícia de choque, agitando faixas que diziam “França, terra dos direitos da polícia” e “Retirada da lei de segurança”.
“Estamos caminhando para uma limitação cada vez mais significativa das liberdades. Não há justificativa”, disse Karine Shebabo, moradora de Paris.
Outro manifestante, Xavier Molenat, disse: “A França tem o hábito de restringir as liberdades enquanto prega a importância desses mesmos direitos para os outros.”