Comemorando o Dia Internacional da Democracia, manifestantes tomaram, novamente, as ruas de Hong Kong neste domingo (15). O protesto, que contou com milhares de apoiadores, terminou com dezenas de pessoas feridas. Uma nova noite de violência marcou o 15º fim de semana consecutivo de manifestações contra o governo.
Não ficando muito distante das ações anteriores, o protesto deu lugar a violentos confrontos entre a polícia e o público, que atirou coqueteis molotov contra o edifício do governo. Em resposta, as autoridades recorreram a canhões de água e a gás lacrimogêneo, além de jatos de tinta azul. O corante deixa marcas permanentes nos manifestantes, de modo a identificá-los e prendê-los posteriormente.
Antes de recuar, alguns manifestantes montaram barricadas, acenderam fogueiras e vandalizaram estações de metrô. Imagens da televisão local mostraram manifestantes rasgando e queimando uma faixa comemorativa do próximo aniversário dos 70 anos de fundação da China comunista e também uma bandeira chinesa.
De acordo com informações de hospitais locais, 28 pessoas ficaram feridas. Dessas, 17 receberam alta e 11 permanecem internadas. Dois homens estão em estado grave.
Apoio de Londres
Algumas horas antes, milhares de pessoas caminharam para o consulado da Grã-Bretanha, pedindo mais apoio de Londres. No meio dos guarda-chuvas coloridos, símbolo do protesto de Hong Kong, ergueram-se bandeiras britânicas ao som de “Deus salve a Rainha”.
Vários manifestantes pediram que os cidadãos de Hong Kong obtenham nacionalidade britânica ou de outro país da Comunidade das Nações. Londres não se pronunciou sobre o assunto. No entanto, cerca de 130 parlamentares britânicos assinaram esta semana uma carta aberta pedindo à Grã-Bretanha e aos países da Comunidade das Nações (Commonwealth) que dessem as boas-vindas aos cidadãos de Hong Kong que desejam emigrar.