Pablo Marçal, candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo, afirmou que mostrou sua “pior versão” ao eleitorado até o penúltimo debate – quando foi acertado por Datena (PSDB) com uma cadeirada. Agora, segundo o autodenominado ex-coach, ele terá “postura de governante”. Com 47% de rejeição, de acordo com o Datafolha, Marçal também se comparou a Jesus e afirmou ter recebido carta de Donald Trump.
As declarações foram dadas após o debate que aconteceu nessa sexta-feira (20), promovido pelo Terra, em parceria com o SBT e a rádio Nova Brasil. Ao longo da transmissão, Marçal tentou mostrar uma versão mais “light”, menos combativa, deixando de citar diretamente o nome dos oponentes — e os apelidos que criou para cada um deles.
Ter sido isolado pelos outros candidatos também o fez ter menos oportunidades de fala no debate. Questionado pela imprensa se esse “novo estilo”, que retrucou ser “seu estilo normal”, foi pautado pela rejeição do público, Marçal se comparou a Lula e Jesus.
“Aprenda uma coisa: o Luiz Inácio Lula da Silva virou presidente porque ele tinha a maior rejeição”, começou o candidato.
Para ele, a “grande verdade” é que todo o Brasil e os principais jornais do mundo sabem quem é Pablo Marçal.
“Como que faz pra ser muito amado sem ser muito rejeitado? Olha pra Cristo. Ele foi rejeitado por todo o mundo, hoje é uma das figuras mais amadas do mundo. Ou seja, a rejeição faz parte de um processo onde as pessoas começam a te dar atenção”, completou o candidato, segundo o qual sua postura até aqui foi uma estratégia de “branding”.
Com seu nome circulando, Marçal afirmou, inclusive, que recebeu uma carta de Donald Trump na quinta-feira, 19, mas não a mostrou.
“Eu ouvi alguém falando da carta. Eu não fiquei emocionado com isso e acredito que vai encaixar a agenda para eu encontrar o Donald Trump lá”, disse, confirmando que o encontro seria antes do primeiro turno, que acontece no dia 6 de outubro.
A rejeição de Pablo Marçal tem aumentado. Segundo o Datafolha, divulgado nesta quinta-feira, 19, 47% dos eleitores afirmaram que jamais votariam no candidato. Sua rejeição era menor na semana anterior, de 44%, antes do incidente do debate da TV Cultura quando ele foi atingido por uma cadeira arremessada por Datena.
No ranking de rejeição, Marçal é seguido por Guilherme Boulos (PSOL), com 38%, e Ricardo Nunes (MDB), com 21%. Datena, alvo de críticas pela agressão, também viu sua rejeição subir – indo de 32% para 35%.
Desde o início de agosto, a rejeição de Marçal aumentou 17 pontos, passando de 30% para 47%, ultrapassando a de Boulos, que anteriormente era o candidato mais rejeitado.