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Brasil Marcelo Queiroga diz que não é “despachante da Anvisa” e que a história irá julgá-lo como ministro

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Declarações vêm na esteira do começo da vacinação infantil contra a covid-19. (Foto: Reprodução)

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, rebateu críticas sobre a demora para o início da vacinação de crianças contra a covid-19 e sobre a gestão dele à frente da pasta. Na avaliação do cardiologista, a pasta não precisa seguir todas as determinações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). As declarações foram dadas neste sábado (15) em entrevista à imprensa em João Pessoa (PB).

“Quantos medicamentos, dispositivos ou produtos têm registro na Anvisa e não fazem parte das políticas públicas? O Ministério da Saúde, o ministro da Saúde não é um despachante de decisão da Anvisa, nem de agência nenhuma. O Ministério da Saúde é quem conduz a saúde pública e o ministro da Saúde é a principal autoridade do sistema de saúde no Brasil”, argumentou.

O ministério liberou a vacinação do público infantil em 5 de janeiro, 20 dias depois de a Anvisa ter autorizado a aplicação de doses pediátricas da Pfizer no grupo. Sob críticas diante do atraso da imunização de crianças de 5 a 11 anos, Queiroga minimizou o caso, negando que teria a biografia manchada.

“A história vai me julgar. Eu trabalho todo dia para que eu tenha um bom julgamento”, ponderou o ministro.

A crise entre a Anvisa, o Palácio do Planalto e o Ministério da Saúde tem escalado nos últimos meses. Tanto Queiroga quanto o presidente Jair Bolsonaro têm entrado em conflito com o trabalho da agência, sobretudo após a liberação da vacina da Pfizer para crianças.

Na última semana, o mandatário cobrou o diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, para apresentar um “antídoto” para possíveis efeitos colaterais das vacinas no público infantil. Antes, Bolsonaro já havia questionado o interesse da agência em liberar o imunizante, já chancelado pelo Food and Drugs Administration (FDA), dos Estados Unidos, e por diversas sociedades médicas.

Em carta, o contra-almirante da reserva rebateu suspeitas e pediu que o presidente apresentasse provas caso tivesse informações sobre eventuais ilegalidades ocorridas na agência. “Se o senhor dispõe de informações que levantem o menor indício de corrupção sobre este brasileiro, não perca tempo nem prevarique, Senhor Presidente. Determine imediata investigação policial sobre a minha pessoa aliás, sobre qualquer um que trabalhe hoje na Anvisa, que com orgulho eu tenho o privilégio de integrar”, escreveu.

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