Os bancos não apoiam o projeto nº 4188, a mais ousada tentativa do milionário lobby dos cartórios de aumentar o próprio faturamento. Para os bancos, o efeito do “marco” será o inverso: aumenta o custo da transação. Aprovado na Câmara e desfigurada pelo relator no Senado, o projeto atende ao lobby dos cartórios para substituir a Justiça, na privatização da execução e retomada de bens financiados. Mediante pagamento de taxas extorsivas aos cartórios pelo “servicinho” sujo, claro.
Lorota de relator
O relator Weverton (PDT-MA) diz que o “marco” malandro “estimulará” o crédito, reduzindo seu custo. Mas os bancos garantem: não é verdade.
Inclua-nos fora dessa
Representantes dos bancos se apressaram em esclarecer que o setor não se associou aos cartórios na tentativa de roubar a tarefa da Justiça.
Custo seria maior
Os bancos garantem que não apoiam o projeto, tampouco o Banco Central, por elevar o custo da transação, sem qualquer benefício final.
Lobby ousado
A Comissão de Assuntos Econômicos do Senado criou nova chance de evitar o golpe dos cartórios, adiando a votação para esta quarta-feira (5).
Lula ignora ministras e recebe candidato argentino
Em viagem à Argentina para assumir a presidência do Mercosul, o presidente Lula (PT) arranjou espaço na agenda para uma reunião com Sérgio Massa, ministro da Economia da quebrada Argentina e candidato da esquerda para substituir Alberto Fernández no comando do país. Com a agenda, Massa ultrapassa duas ministras do próprio Lula que nunca tiveram agenda privada com o petista: Anielle Franco, titular da pasta da Igualdade Racial, e Simone Tebet, que comanda o Planejamento.
Presidente da Argentina?
A agenda oficial do petista revela que Massa se igualou a 14 ministros do governo brasileiro. Todos tiveram apenas uma reunião privada com Lula.
Argentina em alta
Já Fernández empata em número de reuniões com o vice-presidente, Geraldo Alckmin, cinco; e ultrapassa outros 30 ministros de Lula.
Foro de São Paulo
Até a secretária-executiva do Foro de São Paulo, Mônica Valente, foi recebida no Planalto por Lula. Anielle Franco e Simone Tebet, nada.
Tamanho do estrago
A Confederação Nacional do Comércio fez um estudo e viu o tamanho do estrago da reforma tributária. A carta tributária das empresas inscritas no Simples Nacional deverá crescer 261%, enquanto impostos dos serviços na área cultural subirão 171%, serviços pessoais 160% e por aí vai.
Subiu no telhado
A reforma tributária enfrenta grande resistência entre deputados, prefeitos e governadores. O presidente da Câmara, Arthur Lira, marcou reunião de líderes nesta terça (4) sobre o tema. Teve que cancelar.
União contra
Mesmo entre partidos com cadeira no ministério Lula, a reforma tributária deve enfrentar resistência na Câmara. “Não queremos que o pobre pague mais”, Coronel Assis (União-MT), contrário ao texto como está.
PL é contra
O Partido Liberal vai orientar votos contrários na apreciação da reforma tributária na Câmara. A informação foi passada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Sozinho, o partido tem 99 deputados federais.
Ciro quem?
Levantamento do Paraná Pesquisas mostra o veterano Ciro Gomes em derretimento nas intenções de voto para presidente entre goianos. Com 5,3%, perderia até para a estreante Simone Tebet (MDB), com 7,6%.
Zoe vereadora
Cubana naturalizada brasileira, a youtuber Zoe Martínez anunciou sua pré-candidatura a vereadora em São Paulo, após reunião com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto: “Será uma grande honra”, disse.
Buraco mais embaixo
Segundo estimativa do economista Marcos Cintra, a alíquota padrão de impostos será de 33,76% caso a reforma tributária de Lula passe no Congresso. “Inviável e irrealista”, definiu o professor da FGV.
Martelo batido
A deputada Clarissa Tércio (PP-PE) bateu o martelo e vai mesmo disputar a Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes. A parlamentar foi a segunda mais bem votada na cidade, levou mais de 30 mil votos.
Pensando bem…
…aumento de impostos virou “reforma” e autorização para gastar mais, “arcabouço”.
PODER SEM PUDOR
Lógica brizolista
O então presidente José Sarney e seu ministro Dilson Funaro empolgavam o País com o Plano Cruzado quando o governador do Rio de Janeiro, Leonel Brizola, tomou a decisão – equivocada – de fechar questão contra as medidas. “Esse Plano Cruzado é uma imposição do FMI!”, fantasiou. O deputado e economista Tito Ryff divergiu, mas Brizola explicou sua lógica curiosa: “Para o povo, FMI é uma coisa ruim. Nós achamos que o Plano Cruzado é uma coisa ruim. Então, o plano é coisa do FMI.”
Com Rodrigo Vilela e Tiago Vasconcelos.