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Marieta Severo fala de recomeço aos 78 anos, após câncer e morte do marido: “Me permitir”

Marieta Severo hoje e com o marido, Aderbal Freire, que morreu em 2023. (Foto: Reprodução)

Depois de um ano da morte do marido, o diretor Aderbal Freire Filho, Marieta Severo decidiu viajar sozinha para Paris. Passeando pela capital francesa, a atriz se deu conta que, pela primeira vez, após muitos anos, se viu, de certa forma, sozinha no mundo. Era um recomeço, aos 78 anos.

Um recomeço depois de uma batalha que vinha desde 2020, quando Aderbal sofreu um AVC hemorrágico e um hospital precisou ser montado na casa onde viviam no Rio.

“Hoje eu começo a vislumbrar essa possibilidade de eu-sozinha. Comecei esse aprendizado… Pela primeira vez na minha vida, depois de vivenciar uma situação extrema de lidar com o AVC do Aderbal durante três anos, ter um hospital montado na minha casa, sabendo que ele não iria se recuperar. Depois de um ano da morte dele, foi como se eu precisasse dar uma uma parada e me permitir a isso”, diz a atriz em entrevista ao site Heloisa Tolipan.

O novo momento de vida inclui também diminuir o ritmo de trabalho. Afinal, são quase 60 anos ininterruptos de carreira, com muitos trabalhos na TV, no cinema e no teatro.

“Eu sempre trabalhei muito a vida inteira… Sempre estive casada e com filhos. Fiz 78 anos e estou num momento de vida onde posso permitir uma conexão comigo mesma em outros lugares, de estar com a minha família, de passar 22 dias fora do Brasil indo a exposições, óperas, balés em Paris…”, avisa Marieta, mãe de três filhas e avó de seis netos.

Em breve, a veterana poderá ser vista nos cinemas, atuando ao lado de Suzana Pires em “Câncer com Ascendente em Virgem”. O filme conta a história de real de Clélia Bessa, produtora do longa, que enfrentou um câncer de mama. Marieta passou pela mesma situação, ao descobrir, no ano passado, um câncer no endométrio. A cura chegou logo. A doença foi descoberta no início e nem foi preciso fazer quimioterapia

“O filme se propõe a nos colocar como contadores de histórias que abrem espaço de conhecimento. O câncer é um estigma da minha geração. Antigamente sequer se falava a palavra ‘câncer’. Dizia-se que a pessoa estava com ‘aquilo’ ainda assim em voz baixa. O preconceito alimenta o estigma, a ignorância”, conta Marieta ao site.

 

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